O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que “não é invadindo o Parlamento que a Casa deixará de apreciar matéria A ou matéria B”. Ele respondeu, em Plenário, às críticas da oposição ao confronto entre policiais e índios ocorridos nesta terça-feira (22) por conta da perspectiva de apreciação da autorização de mineração em terras indígenas (PL 490/07) pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
“Esta Casa não compactua com a violência, mas estamos hoje com três funcionários desta Casa atingidos por esta manifestação”, disse. Ele afirmou que as tentativas de invasão pelos índios foram sucessivas nas últimas semanas e repudiou a violência nos atos. “Vamos esfriar os ânimos, botar panos quentes e na quinta-feira, na reunião de líderes, nós tratamos sobre esse tema”, afirmou.
Lira afirmou que pode criar um grupo de trabalho sobre a mineração em terras indígenas. “Esta Casa precisa ter coragem para analisar o tema de exploração de terras indígenas, não podemos ficar de olhos fechados”, opinou. Ele disse que o garimpo ilegal existe, já foi denunciado, e que a Casa não pode se furtar de analisar o tema. Mas a oposição cobra que a proposta seja retirada da pauta de votações.
A violência foi alvo dos discursos da maioria dos deputados de oposição que falaram tanto na fase de Breves Comunicações quando na Ordem do Dia. A deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) criticou a inclusão da proposta na pauta da CCJ quando o tema ainda depende de decisão pelo Supremo Tribunal Federal. “Os últimos anos têm sido o maior período de violência contra lideranças indígenas”, condenou.
A deputada Maria do Rosário também afirmou que houve precipitação em pautar o tema. “Incentivou a existência de um confronto triste, que nós como Parlamentares não podemos aceitar. Nós não aceitamos porque o nosso trabalho como Parlamentares é sermos mediadores, jamais colocar o povo em risco e jamais colocar os próprios servidores da Casa em risco”, disse.
O deputado Carlos Jordy (PSL-RJ) defendeu a votação do tema pela CCJ e condenou a atuação das lideranças indígenas. “São pessoas ligadas aos movimentos indígenas que são massa de manobra de partidos de esquerda e que estão sendo inflamadas para vir à Câmara dos Deputados para fazer atos de vandalismo”, afirmou.