Terça, 26 de Novembro de 2024
17°C 32°C
Nova Cantu, PR
Publicidade

Relatora quer incluir cotas para mulheres na política em proposta sobre eleições

Renata Abreu disse em audiência pública que está perto do consenso sobre aumento do percentual

Redação
Por: Redação Fonte: Agência Câmara de Notícias
02/06/2021 às 17h21
Relatora quer incluir cotas para mulheres na política em proposta sobre eleições
Abreu está negociando com partidos percentual de cotas para mulheres - (Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)

O texto que sairá da comissão especial que analisa proposta que proíbe eleições próximas a feriados (PEC 125/11) deverá incluir itens para garantir mais participação de mulheres na política. Apesar de o tema inicial tratar da questão dos feriados, o objetivo é que, ao final, a proposta faça uma reforma eleitoral.

A relatora, deputada Renata Abreu (Pode-SP), afirmou, em audiência da comissão especial realizada nesta quarta-feira (2), que tem conversado com os partidos sobre a inclusão de itens a respeito da participação feminina na política. Um percentual de cotas para mulheres deverá ser colocado.

“Eu tenho conversado com todos os partidos e está bem consensual que nós temos o dever de aumentar e deliberar sobre isso na PEC. Eu acredito que nós vamos conseguir avançar nesse tema", disse a relatora. "É claro que o debate do percentual é sempre uma grande discussão, porque naturalmente que nós gostaríamos de ter uma participação expressiva, ainda maior. Nós precisamos fazer o que é possível de se aprovar aqui.”

Na audiência, o ex-ministro do TSE Joelson Dias defendeu que a via legislativa é a adequada para garantir espaço político às minorias.

“Do mesmo jeito que o texto normativo um dia justificou a escravidão, justificou a dependência das mulheres dos seus maridos, dos seus pais, tolhendo os seus direitos, do mesmo jeito que o texto normativo também tornou incapazes as pessoas com deficiência, afirmou a sua incapacidade civil absoluta, só a legislação poderá garantir agora a maior e efetiva participação política e representatividade desses segmentos”, disse.

A representante do Movimento Círculo Palmarino, Ana Mielke, destacou que apenas 15% da Câmara Federal é composta por mulheres, sendo 2% mulheres negras, e somente em 2018 foi eleita a primeira mulher indígena, a deputada Joenia Wapichana (Rede-RR).

Mielke defendeu que a Câmara crie uma cota não de candidaturas, como é hoje, mas de assentos nas câmaras e assembleias, e também nos poderes Judiciário e Executivo, com mais mulheres, por exemplo, nos comandos dos ministérios. E com um percentual expressivo.

“A gente não tem como partir de um número que seja inferior a esses 15% sem essas cotas nos assentos e pensando na possibilidade de ampliação dessas cotas por pelo menos 30% dos assentos nas câmaras legislativas. Mas, para além das câmaras legislativas, eu acho que a gente precisa pensar isso também pros outros poderes”, propôs.

Bia Kicis acredita mais no financiamento que em cotas
Bia Kicis acredita mais no financiamento que em cotas - (Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)

A deputada Bia Kicis (PSL-DF), por outro lado, argumentou que as cotas poderiam ferir a soberania do voto.  "Eu sou muito preocupada com a questão da soberania popular do voto. Me causa uma rejeição a ideia de que o eleitor vai votar em uma pessoa e o seu voto não será computado porque você terá que ter cadeiras destinadas a mulheres”, disse. “Uma das coisas mais importantes para incentivar a mulher na política é a questão realmente do financiamento. Eu acredito muito mais nisso do que a gente ter uma imposição legal de reserva de cadeiras", contrapôs.

Para a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), que presidiu a audiência, a soberania do voto deve ser exercida num contexto em que o eleitor seja representado por toda a diversidade da população, pois uma mudança cultural “levaria centenas de anos”.

A ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres Eleonora Menicucci chamou atenção para a violência política contra as mulheres, em especial as negras, trans e jovens. Ela também disse que a paridade de representação não é um reconhecimento de direito, e sim uma ação civilizatória.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
Nova Cantu, PR
18°
Tempo nublado
Mín. 17° Máx. 32°
17° Sensação
2.19 km/h Vento
55% Umidade
0% (0mm) Chance chuva
05h32 Nascer do sol
05h32 Pôr do sol
Quarta
34° 19°
Quinta
30° 19°
Sexta
31° 19°
Sábado
32° 19°
Domingo
32° 19°
Economia
Dólar
R$ 5,80 -0,06%
Euro
R$ 6,09 -0,06%
Peso Argentino
R$ 0,01 -0,66%
Bitcoin
R$ 570,811,68 -2,09%
Ibovespa
129,036,10 pts -0.07%
Publicidade
Lenium - Criar site de notícias