O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, citou ações recentes do governo federal para acelerar a vacinação contra a Covid-19 e garantir a imunização completa da população ainda neste ano. Queiroga participou de audiência virtual na Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (11) para detalhar a vacinação da delegação brasileira que participará dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, em julho, mas muitas das perguntas dos deputados se concentraram no Plano Nacional de Imunização.
Há preocupação, por exemplo, com o risco de atraso no cronograma de produção da Coronavac pelo Instituto Butantan devido à demora no envio de insumo farmacêutico ativo (IFA) por parte da China. Na segunda-feira (10), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou a suspensão da aplicação da AstraZeneca, produzida no Brasil pela Fiocruz, em gestantes.
O agravamento da pandemia na Índia, um dos maiores produtores mundiais de vacina, também preocupa. O ministro Queiroga admitiu que questões de “logística e desembaraço aduaneiro” podem afetar o cronograma no segundo semestre. Ele discutiu alguns desses problemas (hoje e na semana passada) com os embaixadores do Reino do Unido e da China.
Diplomacia
“Há um cenário de dificuldade e estamos trabalhando firmes para que os nossos dois parques industriais possam produzir vacinas com mais eficiência. Há dificuldades com o IFA, mas a nossa diplomacia, no Ministério de Relações Exteriores, tem trabalhado fortemente em parceria comigo", observou. Ainda segundo ele, o ministério está enfrentando outros problemas, como o evento adverso com uma gestante que foi imunizada com a vacina da AstraZeneca. "Estamos muito atentos a todos esses aspectos relacionados com a imunização da população brasileira”, disse.
Apesar das dificuldades, o ministro da Saúde mantém o otimismo quanto ao cronograma imediato de vacinação contra Covid-19 no Brasil: está prevista a distribuição de 31 milhões de doses de vacinas em maio e de 53 milhões em junho.
138 milhões de doses
A coordenadora do Plano Nacional de Imunização, Francieli Fantinato, explicou que o cronograma para os terceiro e quarto trimestres ainda está sendo elaborado. Há previsão de reforço de 100 milhões de doses da Pfizer e da antecipação de 38 milhões de doses da Janssen. A indiana Covaxin ainda carece de aprovação da Anvisa, enquanto a russa Sputnik V enfrenta problemas regulatórios no Brasil.
Defensor da atividade física como instrumento de fortalecimento da saúde em geral e de recuperação pós-Covid, o presidente da Comissão do Esporte, deputado Felipe Carreras (PSB-PE), pediu prioridade para a vacinação dos profissionais de educação física. O ministro Marcelo Queiroga repetiu que a meta é vacinar o maior número possível de pessoas a partir da disponibilidade de mais imunizantes.
“Com o reforço de 100 milhões de doses da Pfizer, tenho a expectativa real de que a população brasileira vacinável esteja vacinada até o fim do ano. É o anseio de todos e acho que essas demandas são muito justas e é para isso que estamos trabalhando. A tônica do ministério é conseguir mais doses de vacina e aí resolve não só a questão dos profissionais da educação física como todos os outros”.
Pessoas com deficiência
O deputado Dr. Luiz Ovando (PSL-MS) pediu que, por meio de portaria ministerial, Queiroga inclua no grupo de vacinação prioritária as mães de crianças com paralisia cerebral e outras deficiências que necessitem de terapia constante.
Diante de algumas críticas, o ministro da Saúde fez avaliação positiva da vacinação contra Covid-19. Queiroga afirmou que o Brasil é o quinto país que mais distribuiu vacinas no mundo, já aplicou a segunda dose na população acima de 60 anos e vem reduzindo a curva de óbitos, apesar de o número de vítimas ainda se manter elevado. O ministro também disse que os problemas de falta de oxigênio e de kit-intubação registrados no início de sua gestão vêm sendo “paulatinamente” controlados.