O Plenário da Câmara dos Deputados fez nesta quinta-feira (29) um minuto de silêncio em homenagem aos 400 mil brasileiros mortos pela Covid 19. A homenagem foi solicitada pela deputada Rosa Neide (PT-MT) e conduzida pelo deputado Marcelo Ramos (PL-AM), que presidia a sessão.
Foi o deputado Ivan Valente (Psol-SP) que informou o Plenário sobre o marco, no início da tarde. “Quero anunciar que o Brasil do genocídio chegou às 400 mil mortes neste momento, lamentavelmente”, afirmou. Vários deputados se uniram em solidariedade às famílias das vítimas, além de se alternarem em críticas ou defesa do governo.
O deputado Bira do Pindaré (PSB-MA) afirmou que as 400 mil mortes refletem o “fracasso brasileiro” no combate à pandemia. “Nós poderíamos ter poupado muitas vidas se as obrigações do governo brasileiro tivessem sido cumpridas pelo presidente da República. Infelizmente isso não aconteceu, porque a postura do presidente foi irresponsável, insana, inconsequente, abominável”, disse.
Para o deputado Giovani Cherini (PL-RS), no entanto, o marco de 400 mil mortes foi atingido porque não foi utilizado o tratamento precoce. “No caso do vírus, os remédios que são indicados pela ciência como remédios virais foram alvo de preconceito, foram colocados na berlinda da política”, afirmou. Ele propôs um debate sobre o tratamento precoce na Comissão de Seguridade Social e Família.
"Baixa mortalidade"
O deputado Bibo Nunes (PSL-RS) afirmou que a mortalidade do novo coronavírus no Brasil é baixa. “Não que estejam morrendo poucas pessoas, mas no Brasil o número de mortos é inferior a 0,2%. Ele lamentou o número de perdas, mas afirmou que Bolsonaro não pode ser chamado de genocida porque não tem culpa. “Se alguém é responsável por mortes é a oposição, contrária ao tratamento precoce. O prêmio Nobel quer incluir na bula da Ivermectina que tem efeito preventivo”, disse.
A fala causou revolta entre os parlamentares de oposição, como a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC). “Não podemos ficar ouvindo esse tipo de coisa. Isso é uma afronta às famílias que estão chorando, que estão enterrando seus mortos. São 400 mil vidas. É muita coisa. Nós gostaríamos de não estar perdendo ninguém nesta pandemia”, disse.