Representantes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Ministério da Saúde anunciaram nesta quarta-feira (14) diversas ações de combate à pandemia de Covid-19, como a antecipação do recebimento de doses da Pfizer para ampliar a vacinação dos brasileiros. Segundo o anúncio, cerca de 15,5 milhões de doses devem chegar a partir de abril. A previsão é que 1 milhão de doses já esteja no País no final deste mês. A previsão anterior do governo era de 14 milhões de doses até junho.
Em agosto de 2020, o governo federal recusou acordo com a farmacêutica para receber 70 milhões de doses, que já poderiam estar sendo aplicadas desde dezembro do ano passado. No início deste ano, o Executivo acabou fechando contrato para o fornecimento de 100 milhões de doses. No entanto, a maioria dessas doses está prevista para chegar apenas no segundo semestre.
Participaram da segunda reunião do Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento à Pandemia o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga; o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG); e o deputado Dr. Luiz Antonio Teixeira Jr. (PP-RJ), representando o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
“Muito importante a antecipação das doses da Pfizer. Somente a vacinação nos ajudará a superar esse momento”, disse Teixeira Jr., que é o atual presidente da Comissão de Seguridade Social e Família e foi o coordenador da Comissão Externa de Enfrentamento à Covid-19.
Cartão de vacinação virtual
O deputado também anunciou que a Câmara deve votar na próxima semana projeto que que cria a carteira da vacinação on-line. Segundo Teixeira Jr., a proposta vai permitir que haja transparência na informação sobre o número de doses enviadas e o número de vacinas aplicadas nos estados e municípios.
O parlamentar destacou ainda que a carteira de vacinação on-line vai gerar o chamado passaporte verde para garantir a entrada de brasileiros já vacinados contra a Covid-19 em vários países do mundo que exigem o documento.
Órfãos da pandemia
Teixeira Jr. também defendeu a criação de um programa social voltado para acolher os órfãos da Covid-19.
“No Brasil, infelizmente, 50 mil crianças e adolescentes ficaram órfãos em razão da Covid-19. Precisamos criar um programa efetivo de acolhimento a essas crianças e adolescentes que perderam pais e avós. Precisamos de um planejamento porque em 20 anos vamos continuar sofrendo as sequelas da Covid”, afirmou.
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Ampliação da vacinação
Rodrigo Pacheco voltou a defender a compra de vacinas por empresas privadas para ampliar a vacinação no País, mas reconheceu que a proposta enfrenta resistência no Senado. O texto foi aprovado pela Câmara na última semana.
Pacheco lembrou que o Brasil já garantiu 520 milhões de doses e ainda aguarda o contrato com outros laboratórios para a imunização em massa da população. Ele destacou ainda outros projetos que devem ser apreciados pelo Congresso, como a PEC que dá imunidade tributária à produção da vacinas.
“Fizemos a súplica ao senhor ministro da Saúde para que possa tratar da identificação das formas de antecipar o cronograma para que tenhamos a população toda vacinada em 2021 da forma mais breve possível”, cobrou o senador.
“Exige-se a união da política e dos poderes em torno desse problema gravíssimo. Esse comitê veio em um momento agudo na segunda onda para alinhar ideias”, destacou Pacheco.
Kit intubação
Marcelo Queiroga informou que o governo está atento à falta nos hospitais do chamado “kit intubação”, medicamentos sedativos e bloqueadores neuromusculares usados nos pacientes intubados. Segundo ele, em dez dias o estoque desses medicamentos já estará regulado. Queiroga também anunciou que será feito um pregão internacional para a compra do kit.
“O governo federal, através de iniciativa conjunta com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), vai fazer uma compra direta, já fez uma compra direta, e esperamos que nos próximos dez dias nós tenhamos um estoque regulador fortalecido para acabar com essa luta do dia a dia de dar suporte às secretarias estaduais e municipais”, disse o ministro.
Queiroga também anunciou a criação da Secretaria Extraordinária de Combate à Pandemia para concentrar esforços do Executivo para superação da crise sanitária. O órgão será comandado por Franciele Fontana, responsável pelo Plano Nacional de Imunização no Ministério da Saúde.