A morte de um soldado da Polícia Militar da Bahia por agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) durante um aparente surto psicótico, depois que ele atirou diversas vezes para cima e contra outros policiais, repercutiu na sessão do Plenário da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (30).
O deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) pediu a exoneração ou renúncia do comandante-geral da Polícia Militar da Bahia. "Ele não tem mais condição moral de conduzir a tropa. Quanto ao governador, o tempo dirá, as urnas dirão no ano que vem. A perda desse policial simboliza a anarquia que se aproxima. O Brasil não pode dobrar os joelhos a tamanha imbecilidade", declarou.
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) criticou Coronel Tadeu por acusar o governador Rui Costa de ser responsável pela tragédia. Ela lamentou a morte do soldado. "O jovem foi vitimado pelo vírus do extremismo e surtou. Foram horas de negociação, a família estava vindo de Itacaré. Somente depois de ele sacar um fuzil, à queima roupa, contra os seus colegas, é que houve uma reação", justificou.
O deputado General Girão (PSL-RN) ponderou que o comando da Polícia Militar deveria ter identificado os problemas de estresse emocional do soldado da PM. General Girão afirmou que o Congresso Nacional está ficando calado diante das ações dos governadores, que negam o direito ao trabalho por causa das medidas de isolamento social para combater a pandemia.
A deputada Lídice da Mata (PSB-BA) afirmou que o governo Bolsonaro está isolado da população, e por isso tenta enfrentar os governadores e desestabilizar as polícias militares. "O lockdown na Bahia não tem sido marcado por qualquer tipo de violência ou repressão a trabalhadores", defendeu. "A Polícia Militar da Bahia, de grande tradição, também sofre neste momento. Mas nós não podemos aceitar a politização extremada um fato que é, acima de tudo, lamentável", disse.
A deputada Alê Silva (PSL-MG) afirmou que os apoiadores do presidente da República não estão estimulando o motim entre as polícias. "Somos a favor é do uso do bom senso por parte dos governadores e das polícias, porque estamos vivendo um momento crítico, quando há muita desinformação, um momento de insegurança jurídica", ponderou. "O trabalhador, o comerciante, o autônomo estão se sentindo altamente injustiçados por estes decretos de lockdown, promulgados por governadores. O trabalhador não pode ser confundido com o bandido. Temos aqui inúmeras famílias passando fome, e não há auxílio emergencial governamental no mundo que supra as necessidades desse trabalhador, como a que pode ser suprida por meio do trabalho"", afirmou.
O deputado Jorge Solla (PT-BA) acusou a presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, Bia Kicis (PSL-DF), de mentir nas redes sociais para estimular motim da Política Militar. A deputada também foi criticada na reunião da CCJ, onde foi defendida por aliados.