Os cuidados no período gestacional são essenciais para a mulher e também para o bebê. Entre situações que podem ser evitadas ou minimizadas está o nascimento da criança antes de fechar o período completo de gravidez. No mês de novembro o Ministério da Saúde celebra o Novembro Roxo, o mês de prevenção da prematuridade.
No Paraná, entre 1º de janeiro e 12 de novembro de 2020, dos 118.875 nascidos vivos, 12.990 nasceram com 37 semanas ou menos tempo, que representa 10,93% de todos os partos.
O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, destaca que o cuidado à gestante e ao seu bebê deve ser constante e de longo prazo. “O combate à prematuridade da gestação é um dever das secretarias estaduais e municipais de saúde. Nos últimos dois anos intensificamos ações de apoio na área materno-infantil, mas os números ainda nos assustam. Queremos reduzir muito os nascimentos precoces.”
Segundo o coordenador dos Serviços de Neonatologia da Maternidade do Hospital do Trabalhador, Carlos Frederico Oldenburg Neto, o cuidado com o bebê prematuro é amplo, delicado e demanda comprometimento dos profissionais.
“Quando um bebê nasce antes do tempo previsto ele vai precisar de cuidados extras. O principal determinante do tempo de internação é com quantas semanas ele nasceu. Com 23 ou 24 semanas os bebês são extremamente prematuros e o tempo no hospital é mais prolongado”, explica o médico pediatra.
“Durante o internamento o paciente pode precisar de mais tempo com cuidados porque podem surgir complicações da prematuridade, como alguma doença pulmonar que faz com de criança dependa por longos períodos de receber oxigênio”, detalha o coordenador.
De acordo com o Ministério da Saúde, em todo o Brasil, aproximadamente 340 mil bebês nascem prematuros todo ano, o que equivale a 931 por dia ou a seis nascimentos a cada 10 minutos. Os prematuros ou prematuros extremos necessitam de atendimento por equipes multiprofissionais com enfermeiros, médicos, fisioterapeutas, fonoaudiológos, psicólogos.
Para os profissionais, o envolvimento e o acolhimento ao bebê são essenciais. “A equipe profissional tem um comprometimento muito grande. Todos são muito importantes. Discutimos todos os casos nos aspectos médicos, mas também os aspectos emocionais e sociais, que são importantes para esses bebês”, disse o médico pediatra, que tem a formação em medicina intensivista e neonatal.
HOMENAGEM - As equipes multiprofissionais das unidades de cuidados intermediários neonatal (Ucin) e UTI Neonatal do Complexo Hospitalar do Trabalhador prepararam uma homenagem aos pais dos prematuros em tratamento na instituição.
Os leitos foram decorados com balões roxos com fotos dos bebês, em referência ao Dia Internacional da Prematuridade – 17 de novembro. As famílias receberam uma lembrança personalizada do hospital. O Comitê de Humanização do CHT registrou em sessões de fotos o trabalho assistencial da neonatologia, com imagens das equipes e dos pequenos pacientes.
De acordo com o coordenador da Neonatologia do CHT, é uma mistura de emoções o cuidado, acompanhamento e a alta desses pacientes. “Quando a gente consegue dar alta para um deles é uma alegria. Mas como criamos o vínculo maior com as mães, pela intensidade do internamento, cada despedida é uma vitória nossa também” completou o pediatra.
PREVENÇÃO – A Secretaria da Saúde tem trabalhado para que o período de gravidez ocorra de forma saudável para a gestante e para o bebê. Entre tantos fatores na vida da mulher, a pasta atua também para identificar e classificar o risco das gestantes por uma série de critérios que envolvem idade, doenças pré-existentes, condição e situação de vulnerabilidade.
Uma das linhas de trabalho é voltada para identificar as doenças que esta futura mãe já possui, tratar e acompanhar o que for possível. “Entre os fatores que sabemos que contribuem para a prematuridade está a sífilis. Trabalhamos para diagnosticar as doenças ativas e simples para que nós tenhamos a possibilidade de diminuir os números, diminuir a prematuridade”, comenta o secretário Beto Preto.
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