O fluxo de navios nos Portos do Paraná está intenso. A quantidade de embarcações atracadas e em operação beira a taxa de 100% de ocupação do cais e píeres nos dois portos – de Antonina e Paranaguá. Essa otimização do uso do espaço de acostagem reflete positivamente em toda a comunidade portuária e agentes envolvidos nas operações.
“Mesmo com a pandemia, os portos do Paraná não pararam. Pelo contrário, estamos tendo que dar conta da demanda crescente, principalmente para manter a nossa missão de entregar alimentos e produtos essenciais para o mundo”, afirma o diretor-presidente da empresa Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
Ele destaca que a semana começa com uma movimentação acumulada, neste ano, de 51,5 milhões de toneladas de carga e descarga. Até o último dia 15, foram 2.179 atracações – quase 6% a mais que no mesmo período de 2019, com quase 2.060 atracações.
“Manter esse ritmo e dar conta da demanda só é possível graças aos esforços da comunidade e dos trabalhadores portuários, também da mão de obra e do empenho do campo, da indústria e do transporte, que seguem, na outra ponta e ao longo da cadeia logística, na mesma intensidade”, completa o gestor da empresa pública.
PROGRAMAÇÃO – Como destaca o diretor de Operações da Portos do Paraná, Luiz Teixeira da Silva Júnior, na quinta-feira (12) havia 21 navios atracados. Treze no cais comercial do Porto de Paranaguá; dois no píer público de inflamáveis; dois na Cattalini (um Terminal de Uso Privativo); dois no píer da Fospar; e outros dois no cais do Porto de Antonina, no terminal da Ponta do Félix.
“A nossa grande vantagem é ter os berços flexíveis no cais comercial, cuja ocupação tem maior impacto. Embora tenham as preferências (de operador e/ou produtos), são berços que operam com qualquer tipo de carga. Uma vez conciliado o tamanho dos navios, a gente consegue receber o número máximo de navios no cais comercial, que são treze”, explica Teixeira.
Ele explica que “é um trabalho de encaixe”. É preciso medir os navios, o espaço existente e ir encaixando as embarcações, de acordo com as programações de carga. A atracação é conciliada com a programação das cargas. No caso dos embarques, as cargas devem estar no porto para carregar; no caso dos desembarques, é preciso ter espaço na retaguarda para receber os produtos que chegam.
“Diante da demanda, que está muito grande, fazemos um bom trabalho de programação, fazendo com que a gente tire o máximo de aproveitamento dos nossos espaços”, afirma o diretor.
REFLEXO – De acordo com Teixeira, a melhor ocupação dos cais e dos píeres nos portos do Paraná impacta em toda a comunidade portuária. “Todos ganham. Quer dizer que o armador está gastando menos com espera de navio, que o importador está recebendo sua mercadoria em menor tempo, que os trabalhadores estão tendo trabalho e recebendo mais e, mais do que nunca, significa que o porto está atendendo, de maneira eficiente, todos os usuários”, diz.
O presidente do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado do Paraná (Sindapar), Argyris Ikonomou, confirma o benefício a toda a cadeia logística e explica os fatores que têm contribuído para essa otimização operacional dos portos paranaenses.
“A contínua melhoria em infraestrutura portuária e marítima, otimização de janelas de atracação, a manutenção da continuidade das campanhas de dragagem durante os últimos anos, o aumento de calados, seja nos berços ou no canal, e a modernização dos equipamentos, são fatores que contribuem para tornar os Portos do Paraná mais eficientes e competitivos. Com isso toda a comunidade portuária é beneficiada”, comenta.
SEGURANÇA – A modernização mencionada pelo representante das agências marítimas aconteceu, principalmente, nos equipamentos utilizados pela Praticagem nos Portos do Paraná. Atendendo toda essa demanda e tráfego marítimo crescentes, os práticos têm lançado mão da tecnologia para que a navegação em mares paranaenses também esteja mais segura.
Como explica o gerente-geral da Paranaguá Pliots, Renato Neves, investimentos foram feitos na aquisição de novos sensores ambientais (marégrafos, correntômetros e boias ODAS); na criação de um aplicativo para reunir os dados coletados pelos equipamentos e gerar informação mais clara e precisa aos práticos em manobra; e na construção do centro de coordenação de manobras da praticagem.
“Esses investimentos, somados aos esforços conjuntos da autoridade portuária (Portos do Paraná), da autoridade marítima (Capitania dos Portos) e Sindapar, deram subsídio aos aumentos de calados, que possibilitam aos navios carregar mais e navegarem com mais segurança”, afirma Neves.
Ainda segundo o representante da Praticagem, esse conjunto de fatores traz mais flexibilização na janela de operação. Ou seja, permite que os práticos tenham condições favoráveis por mais tempo para realizarem as manobras, de forma objetiva e técnica.
“Os Portos do Paraná se tornaram mais otimizados em termos operacionais o que, consequentemente, os torna ainda mais competitivos”, conclui o gerente-geral da Paranaguá Pilots.
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