O publicitário e empreendedor mineiro Gustavo Ziller, que também é montanhista e apresentador de televisão, foi o palestrante de abertura do curso Administração da Justiça no novo contexto – trabalho em equipe, promovido pela Escola da Magistratura (Emagis) do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) e destinado à magistrados e servidores da 4ª Região. A palestra, realizada hoje (5/10) pela plataforma Zoom e transmitida pelo YouTube, pode ser conferida aqui.
O tema da conferência de Gustavo Ziller foi sobre os aprendizados de uma expedição de seis meses, realizando um paralelo entre o ato de iniciar uma programação para escalar uma montanha elevada e os últimos seis meses, caracterizados pelos impactos causados pela pandemia de Covid-19.
A abertura do evento ficou a cargo do diretor da Emagis, desembargador federal Márcio Antônio Rocha, que frisou a atualidade das discussões propostas pelo curso, já que a pandemia reforçou aspectos que já vinham sendo implementados, mas com menos intensidade, como o teletrabalho. Ele falou, ainda, da necessidade dos administradores em adequar à realidade a novas práticas de gerenciamento de equipe, que devem levar em conta não apenas os distanciamentos, mas também a importância do uso de ferramentas tecnológicas para solução de problemas e manutenção das atividades.
A coordenação científica ficou a cargo das desembargadoras federais Salise Monteiro Sanchotene e Taís Schilling Ferraz. Representando a Corregedoria Regional da 4ª Região, participou, também, a juíza federal Maria Lúcia Germano Titton.
Cinco lições do montanhismo
Gustavo Ziller contou sobre o início de sua trajetória como montanhista, provocada por um episódio de burnout em 2012. Ele começou a prática esportiva com o propósito de ressignificar sua vida para “descobrir como sair do lugar, evoluir e encantar as pessoas ao redor”. Sua palestra demarcou o que ele chamou de “cinco aprendizados de montanha”, que podem ser adequados para a gestão de situações extremas, como é o caso do gerenciamento da vida cotidiana a partir da pandemia.
O palestrante lembrou a frase em inglês, entalhada a canivete em um refeitório no alto de um cume no Nepal, “brain strong is better than body strong”, ou, em uma tradução livre para o português, “uma mente fortalecida é melhor do que um corpo forte”. “Treinar o cérebro é mais importante do que treinar o corpo. Uma decisão errada pode ser fatal, e o cérebro e o emocional precisam ser treinados”, disse. Segundo ele, esse é o primeiro aprendizado de montanha que pode ser aplicado na pandemia. “Mais importante do que chegar ao objetivo é tomar as decisões corretas que levam ao objetivo, e o cérebro é o painel de controle das decisões”, apontou.
O segundo aprendizado que Ziller apresentou é a importância de ancorar as emoções para dar o próximo passo. “A gente não deveria tomar decisões importantes baseados apenas na emoção ou só no racional”, frisou. Como um terceiro ensinamento, o publicitário pontuou que “a melhor forma de sair do lugar é dando o próximo passo, porque o medo congela”. Em seguida, ele enfatizou que o quarto preceito é que “existe uma prioridade só, o resto é protocolo”. Para o montanhista, o importante é que seja definida uma prioridade (diária, semanal, mensal ou permanente) e as demais atividades sejam concebidas como integrantes de uma lista de tarefas a serem cumpridas, o que geraria menos ansiedade e estresse e provocaria maior assertividade.
Como quinta lição, Ziller compreende que é a definição de um objetivo final. “Qual o objetivo de um montanhista ou escalador? É voltar para casa para contar a história”, afirmou. “Tenho 11 montanhas de altitude no currículo, em nove delas, cheguei ao topo, em outras duas, não. Mas, nas 11, atingi meu objetivo, que era voltar para casa, porque tomei as decisões corretas”, lembrou.
Próximos workshops
O curso ainda vai proporcionar outros cinco dias de workshops:
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