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É possível usar tecnologia com moderação, mesmo nesse período, basta ter cuidado com os excessos

É possível usar tecnologia com moderação, mesmo nesse período, basta ter cuidado com os excessos

22/06/2020 às 10h15 Atualizada em 22/06/2020 às 13h15
Por: Redação
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É possível usar tecnologia com moderação, mesmo nesse período, basta ter cuidado com os excessos
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Nesse período de distanciamento social, os computadores, smartphones e tablets se tornaram mais que fundamentais. Para crianças e adultos, viraram ferramenta de trabalho e estudo. Porém, se usados sem prudência podem trazer danos físicos e mentais. Por isso, o programa Assembleia Entrevista tratou do tema com Fernanda Musardo, formada em Inovação Digital/Mídias Sociais, pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e especialista em Mídias Sociais e Negócios na Internet, professora , palestrante e consultora digital. 

Questionada sobre a idade ideal para o primeiro contato da criança com a tecnologia, Fernanda desaconselhou o uso para menores de três anos. E listou uma série de motivos para justificar. “É altamente prejudicial à visão. Alguns estudos apontam ainda que pode causar até danos cerebrais, já que o cérebro da criança nessa fase está em formação. E como a quantidade de informações na rede é muito grande, pode causar fadiga emocional nos pequenos”, afirma. 

Os cuidados, de acordo com a especialista, devem ser contínuos. Dos três aos sete anos de idade, ainda é prematuro o uso indiscriminado dos dispositivos, devido ao fluxo intenso de informação acessado e do excesso de tempo em frente às telas. Além das cores e luzes piscando, essas informações podem provocar o chamado vicio digital, o que não é saudável para uma criança em formação.

Com relação ao tempo de exposição, a dica é investir e valorizar a qualidade desse período em frente à tela, especialmente nessa época em que a maioria estuda pela internet. Ou seja, é obrigada a passar um tempo com a atenção voltada para um dispositivo. Os danos nas crianças, na visão de Fernanda Musardo, não se restringem ao cérebro ou até mesmo às dificuldades de se relacionar.

“Existe o problema da falta de coordenação motora. A criança pode ser hábil com o dedo na tela, ou no joystick do videogame, mas na hora de praticar uma atividade física, por exemplo, pode não conseguir manter o equilíbrio. Isso ocorre, porque no tempo onde ela devia se desenvolver, ela ficou parada”, diz. Estudos apontam ainda o dano à postura da criança. Há relatos até mesmo de doenças relacionadas às articulações, como a LER. (Lesão por Esforços Repetitivos) em crianças.

Controle parental - Muitos dos aplicativos, celulares e computadores têm sido desenvolvidos com o intuito de bloquear conteúdos na rede por faixa etária. São ferramentas que proporcionam que só cheguem até as crianças os conteúdos considerados seguros. São recursos importantes, mas Fernanda ressalta que nada substitui o controle dos pais e responsáveis. “Eles precisam deixar sempre claro para os filhos pequenos que a internet também pode ser perigosa”.

Os criminosos costumam usar as redes sociais e aplicativos de mensagens para atrair as crianças. Criam perfis falsos e conseguem, através deles, acompanhar o dia a dia dessas crianças. O ambiente em que elas vivem, os horários, gostos, as conexões de amizade. “Sem perceber, por falta de maturidade, os pequenos acabam dividindo a vida com estranhos. Eles não têm a malícia de desconfiar. Se para um adulto já é difícil às vezes, imagine para uma criança ou um adolescente?”, questiona Musardo.

Os papéis das famílias e educadores são distintos no mundo digital, mas se complementam. Enquanto os pais e responsáveis precisam acompanhar de perto e definir regras claras para o uso da tecnologia, a escola deve funcionar como um espaço de reflexão para os estudantes.

O exemplo que vem de casa - Quem precisa controlar a situação é o adulto. E aí atitude é tudo. “Não adianta explicar para o pequeno que não pode usar, mas o adulto fazer diferente”.

Também na questão de educação virtual, os filhos terão os pais ou responsáveis como espelho. Portanto, alerta Fernanda, “coerência no discurso e comportamento mais equilibrado”.

Os games também requerem cuidados e ainda mais especiais. Ao mesmo tempo que os jogos na internet são importantes, porque estimulam visões de estratégias, de visualizar situações de forma ampla, já que no avanço de uma fase de jogo, há sempre uma recompensa, podem oferecer os mesmos perigos. Os modelos mais modernos contam com chats, onde os jogadores se comunicam o tempo todo. Eles também podem provocar na criança um comportamento agressivo, bem diferente daqueles que foram ensinados pelos pais. “Uma mudança no tom de voz, ou uma atitude que demonstre ira. São sinais de alerta e merecem atenção”, orienta a especialista.


Tecnologia e distanciamento - Se a tecnologia tem o poder de distanciar quem está perto, nesses tempos sombrios, também tem o poder de aproximar quem está longe. Então, deve sempre ser utilizada como meio e não como fim. O caminho, lembra Fernanda, é “aproveitar os recursos infinitos que ela nos proporciona. Se você a usa para o fim, ela deixa de ser útil e importante”.

E o que vem a ser esse meio? Essa relação com as pessoas próximas, que estão afastadas. Os vídeos, áudios, mensagens de texto com incentivos, afagos, afetos para matar as saudades, sem o vício e a necessidade absoluta do aparelho para sobreviver. 

A íntegra do programa pode ser assistida pela TV Assembleia, através da Claro/Net canal 16 e 20.2 em canal aberto, e também no canal do Youtube no link: https://youtu.be/UPh73pkwows

 

 

 

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