Atuação do Gepatria garante devolução de dinheiro público
Atuação do Gepatria garante devolução de dinheiro público
Por: Redação
11/02/2020 às 16h11Atualizada em 11/02/2020 às 19h11
Somente no ano passado, R$ 262.917.244,49 foram bloqueados pela Justiça como resultado de ações ajuizadas pelas doze unidades do Grupo Especializado na Proteção ao Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria), do Ministério Público Paraná. Ao todo, o grupo ajuizou 105 ações nas quais foi requerida a restituição aos cofres públicos de R$ 660.331.391,74, sendo que o montante citado acima já foi bloqueado pela Justiça. Esse é um dos números sobre a atuação em 2019 dos núcleos do Gepatria. unidades regionais especializadas do MPPR que atuam, de modo conjunto e integrado, na proteção do patrimônio público, tanto na repressão penal, como no combate à improbidade administrativa.Criados em 2015, os grupos são vinculados ao Centro de Apoio Operacional (Caop) das Promotorias de Justiça de Proteção ao Patrimônio Público. Têm por objetivo atuar de maneira preventiva e repressiva, sobretudo nos casos de maior lesividade, repercussão, gravidade e complexidade, que importem em enriquecimento ilícito, causem danos ao patrimônio público e/ou atentem contra os princípios regentes da administração pública.“De modo geral, podemos dizer que os resultados demonstram que o Gepatria, ao mesmo tempo em que consolida uma atuação especializada com expressivos resultados em casos de grande repercussão social e financeira, desenvolve um importante trabalho para a difusão de boas práticas voltadas à prevenção da corrupção”, avaliam os promotores de Justiça Leonardo Dumke Busatto e Hugo Evo Magro Corrêa Urbano, que atuam no Caop.TACs e recomendações – Em âmbito extrajudicial, merecem destaque as recomendações administrativas (619) e os termos de ajustamento de conduta (42) firmados no ano passado – esses últimos possibilitaram o pagamento de R$ 6.311.648,38 por agentes investigados. Segundo o Centro de Apoio, os números elevados de documentos destes dois tipos decorrem do fato da atuação do Gepatria incluir a execução de planos estaduais com ações consideradas prioritárias. Em 2019, foram executados os planos relacionados a controle interno e diárias, que se iniciaram ainda em 2018.“O plano de ação relacionado ao controle interno teve como finalidade promover a estruturação e o fortalecimento dos controles internos municipais. Durante os dois anos de sua execução, os núcleos do Gepatria celebraram 95 Termos de Ajustamento de Conduta (40 Câmaras e 55 Municípios) e expediram 354 recomendações administrativas (171 dirigidas às Câmaras Municipais e 183 dirigidas aos Municípios)”, explica Leonardo Busatto. Já o plano de ação das diárias objetivou regulamentar a legislação e o procedimento de pagamento e fiscalização das diárias municipais. No âmbito dessa iniciativa, foram celebrados 8 termos de ajustamento de conduta (3 Câmaras e 5 Municípios) e expedidas 363 recomendações administrativas (177 dirigidas às Câmaras e 186 aos Municípios).“Em sua maioria, os termos de ajustamento de conduta e as recomendações administrativas foram cumpridos, o que significa que Câmaras e Municípios paranaenses regularizaram falhas em seus procedimentos de gestão administrativa, nas doze regiões abrangidas pelos núcleos do Gepatria, sem a necessidade de que os casos fossem levados ao Poder Judiciário”, acrescenta Hugo Evo Urbano.Integração - O promotor de justiça Renato de Lima Castro, coordenador do núcleo de Londrina do Grupo Especializado, acrescenta: "O Gepatria possibilitou uma atuação institucional mais ampla contra a corrupção pública. Isso porque permitiu a interação entre coordenação e promotorias de defesa do patrimônio público, possibilitou a identificação de empresas e empresários vinculados, que muitas vezes atuam regionalmente para a concretização de crimes contra a administração pública e viabilizou uma importante troca de experiências acumuladas ao longo de anos de atuação institucional na área”. O promotor destacou ainda o trabalho do Gepatria no acompanhamento da deflagração e apreciação de material apreendido nas operações conduzidas, o que tem permitido aos órgãos de execução do Ministério Público o enfrentamento da corrupção pública de forma sistemática, integrada e convergente, afastando atuações isoladas e compartimentadas. “O combate à macrocriminalidade ficou mais eficiente”, acrescentou.Acordos de leniência – Os núcleos do Gepatria no Paraná firmaram ainda no ano passado dez acordos de leniência, que possibilitaram a devolução aos cofres públicos de R$ 40.387.986,74. Os acordos foram realizados com base na Lei 10.846/2013 (Lei Anticorrupção), que entrou em vigor no ano de 2014. “Trata-se de um importante mecanismo de responsabilização de pessoas jurídicas que cometem atos lesivos à administração pública. Os acordos de leniência podem ser firmados desde que a pessoa jurídica admita sua participação no ilícito e coopere com as investigações”, comentam os promotores, ao citar a importância desse tipo de ferramentaAinda em âmbito extrajudicial, as unidades do Gepatria instauraram 145 inquéritos civis para investigar irregularidades diversas.Áreas de atuação – Os núcleos do Gepatria do MPPR funcionam nas seguintes cidades: Curitiba, Guarapuava, Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Santo Antônio da Platina, Umuarama, União da Vitória, Paranaguá e Ponta Grossa. Cada unidade tem atuação regional, de modo a cobrir todo o Paraná. Fonte: Cidade Portal
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