O Grupo Especializado em Proteção do Patrimônio Público e Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria), do Ministério Público do Paraná (MPPR), recebeu a denúncia do deputado estadual Requião Filho (PT) acerca do uso do programa espião pelo Governo do Estado. De acordo com o MPPR o órgão “avaliará os possíveis encaminhamentos” para investigação.
Na última semana o próprio Governo do Estado abriu investigação para apurar os pormenores da utilização do programa de monitoramento da empresa israelense Cognyte, que já vem sendo investigada pela Polícia Federal (PF) por conta de espionagens ilegais feitas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
“Queremos saber se houve uso político desta ferramenta no Paraná”, questionou o líder da Oposição na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), deputado Requião Filho.
O parlamentar, além da denúncia no MPPR, também encaminhou um documento ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) que já foi entregue ao ministro Flávio Dino.
No Paraná, o governador Ratinho Jr. (PSD) minimizou as suspeitas e negou quaisquer irregularidades.
Requião Filho articula abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Alep para tratar do caso, embasado na locação de um prédio para a Controladoria Geral do Estado (CGE), onde está alocada a Diretoria de Inteligência e Informações Estratégicas (DIIE), dois alvos da denúncia do deputado.
Em entrevista à Jovem Pan, Ratinho mencionou que o prédio – que não tem identificação – foi alugado porque haverá uma série de reformas no endereço oficial.
O petista questionou o Governo do Estado sobre o acesso à ferramenta de monitoramento pela CGE e sobre quem foi monitorado. “Coloco em questionamento a criação de uma central de inteligência dentro da Controladoria do Estado, com capacidade de grampear pessoas sem autorização judicial”, disse o parlamentar.
A CGE afirma que não tem acesso ao programa e que não realizou escutas. “O serviço de inteligência e informações estratégicas limita-se ao cruzamento de bancos de dados abertos, sendo desse modo inteligência restrita à esfera administrativa e não policial”, explicou a pasta, em nota, ao Plural.
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