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Brasileiros gastam mais com carro do que com educação

Pesquisa revela que famílias dedicam 11,5% da renda aos gastos com veículo próprio e apenas 3,4% na soma de educação, calçado e vestuário. Professor do UniCuritiba explica o comportamento dos consumidores

24/08/2022 às 17h55
Por: Redação
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Os brasileiros gastam mais de 25% da renda com habitação, incluindo água, luz, gás, imposto e aluguel. Já os gastos com o carro próprio consomem 11,5% da renda familiar, à frente de supermercado (10,5%), medicamentos e saúde (6,6%) e alimentação fora de casa (4,6%). A educação, vestuário e calçados, juntos, correspondem a 3,4% do orçamento.

Os dados constam no estudo IPC Maps 2022, que projeta um crescimento menor do que 1% no consumo nacional deste ano, índice abaixo da expectativa. No ranking dos 50 maiores municípios brasileiros – que juntos somam R$ 2,2 trilhões ou 39,5% do que é consumido no país – Curitiba se mantém na sexta posição, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Salvador.

Doutorando em Administração e especialista em Marketing, Sérgio Czajkowski Júnior explica a projeção tímida e o comportamento dos consumidores. “Estamos vivendo agora os desdobramentos da pandemia, que criou gargalos no processo produtivo brasileiro, gerou problemas de reposição no estoque de muitas empresas e elevou os preços para o consumidor final. Tudo isso associado ao processo global de crise, oscilação do dólar e do euro, inflação e desemprego levou a mudanças no consumo”, analisa.

Na avaliação do professor do UniCuritiba – instituição que faz parte da Ânima Educação, uma das maiores organizações de ensino superior do país -, o fato de os brasileiros gastarem pouco com educação é resultado, entre outros fatores, da falta de disciplinas que ensinem, ainda no ensino médio, a importância do planejamento estratégico.

“Muitas empresas e profissões não demandam diploma e as pessoas acabam escolhendo formas alternativas e gratuitas de conhecimento, em detrimento da graduação ou pós-graduação. Isso reduz consideravelmente o investimento das famílias em educação”, explica Sérgio, que também é consultor nas áreas de Marketing, Vendas e Planejamento Estratégico.

Curitiba, uma das capitais do luxo

Curitiba se destaca quando o assunto é consumo. De acordo com Sérgio Czajkowski Júnior, a cidade é considerada uma das capitais brasileiras do luxo e tem uma concentração de consumidores de alto valor agregado. “Por conta da crise que vivemos desde 2019, a região Sul sofreu uma retração no consumo, mas Curitiba, isoladamente, foi uma exceção à regra e manteve boas taxas.”

Membro do grupo de estudos criado há três anos no UniCuritiba para analisar o varejo, o professor aponta mudanças significativas nos últimos anos, como a integração mais intensa entre os mercados on e offline, via políticas de omnichannel, e a rematerialização dos elos da cadeia produtiva.

Alguns grupos varejistas estão investindo, por exemplo, em pontos de venda físicos sem estoque, apenas para “degustação” dos produtos. Nesse modelo, o cliente pode conhecer e testar a mercadoria, mas faz a compra de forma online e recebe o pedido em casa. 

“Essa estratégia satisfaz as pessoas que buscam bens a partir de valores subjetivos, sentimentais, emocionais e ainda querem ter contato com o produto antes de simplesmente fechar uma compra pela internet. Com isso, a loja deixa de ser um espaço para comercialização e passa a ser um ambiente de experimentação”, explica o especialista.

Para um determinado perfil de consumidores, a comodidade do e-commerce não substitui completamente a experiência e, por isso, o showroom físico surge como uma estratégia para conciliar o mercado on e offline. Essa tendência será abordada, inclusive, na disciplina de Experiências do Consumo que será lecionada neste semestre, no UniCuritiba, pelo professor Sérgio. 

Produtos para novos públicos

A mudança no comportamento dos brasileiros não fica restrita aos bens não-duráveis. O mercado imobiliário, por exemplo, vem passando por importantes transformações. Sérgio Czajkowski Júnior diz que as famílias estão em busca de moradias mais funcionais, compactas e adaptadas às suas necessidades.

“Até três anos atrás, a procura era alta pelo student living (ou moradias para estudantes). Hoje, há alta demanda por senior living. Esses imóveis voltados a quem mora sozinho, em especial à terceira idade, oferecem uma série de adaptações e funcionalidades para esse público. E é dessa forma, seguindo novos padrões de comportamento e renda, que o mercado vai se moldando e se modificando”, finaliza o professor.

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