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Pode haver planetas orbitando estrelas mortas violentas, e agora sabemos como encontrá-los

Nos últimos anos, um grande número de exoplanetas foi encontrado em torno de estrelas “normais” únicas. Novas pesquisas mostram que pode haver exceções a essa tendência

25/07/2022 às 19h10
Por: Redação Fonte: https://universoracionalista.org/pode-haver-planetas-orbitando-estrelas-mortas-violentas-e-agora-sabemos-como-encontra-los/
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Departamento de Imagem e Difusão da FIME-UANL/ Lic. Debahni Selene Lopez Morales D.R. 2022
Departamento de Imagem e Difusão da FIME-UANL/ Lic. Debahni Selene Lopez Morales D.R. 2022

Traduzido por Julio Batista
Original de Robert Massey para o Royal Astronomical Society

Pesquisadores da Universidade Autônoma de Nuevo León (UANL), da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e da Universidade de Nova York em Abu Dhabi sugerem uma nova maneira de detectar corpos escuros, incluindo planetas, orbitando estrelas binárias exóticas conhecidas como Variáveis ​​Cataclísmicas (VCs). VCs são sistemas estelares binários nos quais as duas estrelas estão extremamente próximas uma da outra; tão perto que o objeto menos massivo transfere massa para o mais massivo. As VCs são normalmente formadas por um tipo de estrela pequena e fria conhecida como estrela anã vermelha e uma estrela quente e densa – uma anã branca. As estrelas anãs vermelhas têm uma massa entre 0,07 e 0,30 massas solares e um raio de cerca de 20% do sol, enquanto as estrelas anãs brancas têm uma massa típica de cerca de 0,75 massas solares e um raio muito pequeno semelhante ao do planeta Terra. No sistema de VC, a transferência de matéria da pequena estrela forma um disco de acreção ao redor da estrela compacta e mais massiva. O brilho de um sistema de VC vem principalmente deste disco e supera a luz proveniente das duas estrelas. Um terceiro corpo escuro orbitando uma VC pode influenciar a taxa de transferência de massa entre as duas estrelas e, portanto, o brilho de todo o sistema. O método descrito no novo trabalho é baseado na mudança de brilho no disco de acreção devido a perturbações do terceiro corpo que orbita em torno das duas estrelas internas. Em sua pesquisa publicada no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, o líder da equipe Dr. Carlos Chavez e seus colaboradores estimaram a massa e a distância de um terceiro corpo orbitando quatro VCs diferentes usando as mudanças no brilho de cada sistema. De acordo com cálculos realizados pela equipe, tais variações de brilho têm períodos muito longos em comparação com os períodos orbitais do sistema triplo. Duas das quatro VCs parecem ter corpos semelhantes a planetas em órbita ao seu redor.

Dr. Chavez disse:

“Nosso trabalho provou que um terceiro corpo pode perturbar uma variável cataclísmica de tal forma que pode induzir mudanças no brilho do sistema. Essas perturbações podem explicar tanto os longos períodos observados – entre 42 e 265 dias — e a amplitude dessas mudanças no brilho. Dos quatro sistemas que estudamos, nossas observações sugerem que dois dos quatro têm objetos de massa planetária em órbita ao redor deles.”

Os cientistas acreditam que esta é uma nova técnica promissora para encontrar planetas em órbita em torno de sistemas estelares binários, somando-se aos milhares já encontrados nas últimas três décadas.

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