Cientistas do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) do México descobriram, em uma caverna inundada na península de Iucatã, uma canoa maia de mais de 1.000 anos, anunciou na sexta-feira (29) a organização.
"Cinco metros abaixo do nível de água atual havia uma mancha escura de um tronco de madeira dura junto da parede de pedra da caverna [...] Após uma inspeção, foi notada a presença de cortes simétricos para montar um convés, o que tornou evidente que se tratava de uma canoa do tipo plataforma", de acordo com Helena Meinecke, da Subdireção de Arqueologia Subaquática do INAH.
"A canoa tem 160 cm de comprimento, 80 cm de largura e uma profundidade de 40 cm. Os cientistas creem que a canoa podia ter sido usada para extrair água dos cenotes, grandes sumidouros encontrados em rochas de calcário sedimentares, ou para guardar oferendas durante rituais.
"Sua relevância reside em ser a primeira canoa deste tipo encontrada completa e tão bem conservada na área maia, havendo também fragmentos destas embarcações e remos no [estado de] Quintana Roo, Guatemala e Belize", explicou Meinecke.
A canoa foi datada do período de 830 a 950 d.C. O INAH planeja continuar a pesquisa em novembro para obter a idade exata da canoa e o tipo de madeira usado.
Os arqueólogos descobriram também em duas bacias por perto um esqueleto humano, pinturas murais (datada de 1200-1500 d.C.), uma estela de rocha, uma faca de ritual e fragmentos de cerâmica ritual. Os cientistas acreditam, com base na variedade de tipos de cerâmica, que o sítio foi usado para cerimônias rituais por vários séculos.