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Especialista defende uso de novas tecnologias contra evasão nas universidades

Relatora de estudo cobra recursos federais para garantir internet na educação

20/08/2021 às 19h55
Por: Redação Fonte: Agência Câmara de Notícias
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Curi: a mediação tecnológica pode ser usada para produzir práticas pedagógicas - (Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)
Curi: a mediação tecnológica pode ser usada para produzir práticas pedagógicas - (Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)

O representante do Conselho Nacional de Educação, Luiz Roberto Curi, defendeu na Câmara dos Deputados a reformulação dos currículos de graduação, com a inclusão da mediação tecnológica, para reverter o quadro atual de evasão, tornando a universidade mais atraente e útil para os alunos. Ele participou de reunião virtual do Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara (Cedes), nesta quinta-feira (19), para discutir o uso de tecnologias na educação superior.

Dados do Censo Educacional realizado em 2019 mostram que a evasão nas universidades particulares é de 60% no ensino presencial e de 64% na modalidade a distância, e nas universidades públicas é de 47% no ensino presencial.

Para Luiz Roberto Curi, essa mediação deve se voltar para a criação de pedagogias, e não apenas de práticas tecnológicas. "A mediação tecnológica tem que produzir práticas pedagógicas, tem que produzir aprendizado”, disse.

Aprendizagem ativa
O presidente do Conselho de Reitores, Waldemiro Grewski, destacou que a inclusão da tecnologia no aprendizado vai fazer com que os alunos sejam autores no processo, tornando a aprendizagem mais ativa.

“Temos que tornar a nossa instituição uma organização alinhada com os desafios do século 21, ágil, relevante e atuando como agente poderoso de transformação social, política e econômica”, disse.

Bárbara Coelho defendeu a inclusão da inteligência artificial no processo de ensino
Bárbara Coelho defendeu a inclusão da inteligência artificial no processo de ensino - (Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)

A representante da Federação dos Sindicatos dos Professores de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico, Barbara Coelho, afirmou que é preciso incluir também a inteligência artificial no processo de modificação do ensino em todo o País. Para ela, essas tecnologias não podem obedecer ao mercado e devem manter a ética e o pensamento crítico para poderem ser utilizadas nos ambientes educacionais.

Já a presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos, Flávia Calé, defendeu que as novas tecnologias sejam integradas aos currículos para garantir a formação continuada dos alunos atuais, que precisarão lidar com tecnologias que ainda estão em construção.

Deputada Dorinha cobrou internet 5G nos espaços de educação
Deputada Dorinha cobrou internet 5G nos espaços de educação - (Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)

Veto à internet
Em março deste ano, o presidente Jair Bolsonaro vetou integralmente a proposta aprovada pelo Congresso Nacional que assegurava acesso à internet para alunos e professores das escolas públicas. A deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), uma das relatoras do estudo do Cedes sobre o uso das tecnologias da informação e comunicação na educação, lembrou que o veto foi derrubado pelo Congresso Nacional.

No entanto, o governo entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade para questionar a legitimidade da medida (Lei 14.172/21) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao mesmo tempo em que foi enviada uma medida provisória com o mesmo teor da lei, mas sem os valores e os prazos estabelecidos na proposta original.

“Nós queremos a garantia dos tempos e prazos para a internet 5G da fibra ótica, dos diferentes modelos de acessibilidade com qualidade nas escolas e nos espaços de educação”, disse a deputada.

O projeto que disponibilizava internet para alunos e professores foi uma iniciativa da União Nacional dos Estudantes (UNE). Segundo a representante da UNE, Thais Falone, por falta de acesso à internet muitos alunos evadiram das escolas de educação básica e das universidades. Para ela, não adianta falar em tecnologia enquanto os problemas estruturais de acesso a essas tecnologias não forem solucionados.

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