Terminou nesta sexta-feira (23) a 14ª edição do Politeia, projeto da Câmara dos Deputados em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) que simula o trabalho parlamentar com estudantes do ensino superior. Por causa da pandemia, a exemplo do que vem ocorrendo em parte da rotina do Congresso Nacional, a edição deste ano foi virtual e transmitida pelo canal da Câmara no YouTube. Na reformulação tecnológica, houve a criação de uma plataforma para que a simulação tivesse a mesma qualidade das edições anteriores.
O Politeia é um projeto de ensino, pesquisa e formação política que visa preparar universitários para as atividades legislativas e proporcionar experiências práticas sobre o processo político brasileiro. A iniciativa permite ao estudante a vivência como deputado federal por uma semana, com simulações dos trabalhos das comissões e do Plenário. Entre os 135 alunos de 36 cursos universitários, 115 simularam o trabalho dos deputados e 20 o de jornalistas, em atividades de reportagem e de assessoria parlamentar. A edição deste ano teve a maior diversidade de instituições superiores representadas: foram 44 universidades brasileiras de 16 estados e do Distrito Federal.
Houve até uma renúncia: a do jovem deputado Guilherme Martins. "Refleti sobre algumas experiências que eu iria realizar nesta manhã e nesta tarde, e algumas delas foram quebradas, mas são motivos entre mim e a organização. Compreendo totalmente as ações que essa organização tomou, porém, ao mesmo tempo, eu preciso me compreender", afirmou. "Estou bem cansado desde o início da simulação, virei a noite para tentar ter uma boa experiência hoje, e tudo foi por água abaixo. Não dormi até agora e peço compreensão da organização", acrescentou.
Debate
Durante os trabalhos, houve debate acalorado sobre o encerramento da discussão do Projeto de Lei Complementar 16/21, de autoria do jovem deputado Luca Cechinel, que muda a cobrança do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR). O texto foi rejeitado no Politeia por 33 votos a 21.
O jovem deputado Caio Barroso protestou: "A reforma agrária não é uma pauta de esquerda. A forma que se faz pode colocá-la como uma pauta até liberal de direita, como se fez nos Estados Unidos. Esse projeto, do qual eu sou coautor, nem de reforma agrária é".
Na atual edição, a maioria dos estudantes estuda Ciência Política e Direito. Entre os alunos de outros cursos, estão representantes de Educação Física, Letras, Turismo, Ciências Aeronáuticas e Engenharia Florestal. Oito em cada dez inscritos participaram do Politeia pela primeira vez.
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