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Governo confirma demissão de diretor denunciado por propina

Representante de empresa que vende vacinas disse ter sido pressionado por Roberto Dias para aumentar preço das doses 

Redação
Por: Redação Fonte: R7 - Do R7, com informações da Record TV
30/06/2021 às 07h10

O governo Bolsonaro exonerou na noite desta terça-feira (29) o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, que foi denunciado por um representante de empresa que relatou ter sido pressionado por ele para pagar propina na compra da vacina Astrazeneca/Oxford. A confirmação foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (30).

O caso foi revelado pelo jornal Folha de São Paulo, que entrevistou Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da empresa Davati Medical Supply. Ele relatou ter recebido a proposta de propina em encontro informal com Roberto Dias, para tratar de compra de 400 milhões de doses da vacina Astrazeneca/Oxford.

Ainda de acordo com Dominguetti, o diretor teria afirmado que a empresa precisava aumentar os valores das doses, pedindo propina de US$ 1 por dose comprada. A Record TV procurou o Palácio do Planalto e o Ministério da Saúde, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.

O R7 procurou também a Astrazeneca Brasil e aguarda resposta sobre as denúncias.

Com a revelação do caso, o governo Bolsonaro é alvo de outra denúncia de corrupção na compra de vacinas em menos de uma semana. Nesta sexta-feira (25), o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Ricardo Miranda, afirmaram à CPI da Covid que a estrutura do governo foi utilizada para o superfaturamento e favorecimento da vacina indiana Covaxin.

A nova denúncia também deve ser investigada pela CPI. "Vamos convocar o senhor Luiz Paulo Dominguetti Pereira para depor na #CPIdaPandemia na próxima sexta-feira, dia 02/07", escreveu o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-BA), em suas redes sociais.

O departamento de logística do Ministério da Saúde, alvo das duas denúncias sobre compra de vacinas, é "loteado" por nomes ligados ao Progressistas (PP) desde quando o atual líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PR), comandava a pasta, entre 2016 e 2018.

Barros também se tornou alvo das investigações, depois que teve seu nome citado pelos irmãos Miranda. Segundo a dupla, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria apontado o deputado como o provável responsável pelas irregularidades no contrato da Covaxin depois que soube da denúncia pelos irmãos. Barros nega as acusações.

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