A estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU) mostra que a população mundial ultrapassou a marca dos 7,8 bilhões em abril de 2021. Para suprir a demanda alimentar, a agroindústria aposta em tecnologia, com o objetivo de aumentar a produtividade. Contudo, é também, cada vez maior, a preocupação das pessoas com a qualidade dos produtos, bem como com o ambiente e o tratamento dispensado aos animais.
Desta forma, o setor percebeu que a melhor maneira de elevar os níveis de produção com sustentabilidade é investindo em técnicas e ferramentas que ofereçam bem-estar animal e humano.
“Temos casos de manejos que se tornaram mais produtivos a partir do momento em que esses fatores passaram a fazer parte do cotidiano do pecuarista, como a vacinação, a aplicação de medicamentos, como carrapaticidas e da inseminação das vacas, de forma artificial, que se mostraram mais eficientes e oferecem melhores resultados quando aplicadas técnicas de bem-estar, tanto para os animais quanto para os trabalhadores da fazenda”, pontua a gerente de comunicação e bem-estar animal e humano – BEAH da Beckhauser, Carla Ferrarini.
Como citado, no caso da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), o bem-estar animal se tornou um grande aliado ao manejo adequado e à eficiência. O uso apropriado de tecnologias que auxiliam nesse processo, como do equipamento de contenção, são fundamentais para o sucesso reprodutivo.
“Temos que começar a pensar nos cuidados com o processo antes mesmo do seu início. A escolha correta e o dimensionamento adequado do equipamento de contenção, de acordo com o volume de manejo de uma fazenda, por exemplo, contribuem significativamente para os bons resultados da IATF. Além disso, a correta manutenção também é um elemento que oferece tranquilidade ao longo do processo de inseminação, consequentemente, mais agilidade e eficiência reprodutiva”, explica Ferrarini.
Manejo racional e contenção corretos
Antes de iniciar a IATF, é preciso preparar o curral e dar condições para os animais. É importante providenciar água e alimento de acordo com as necessidades do rebanho para que, ao chegar no local, o grupo fique por um período de descanso de, no mínimo, 20 minutos, com espaço suficiente para evitar competição e brigas.
Estas medidas fazem com que os animais estejam mais tranquilos na hora de serem conduzidos ao tronco para serem inseminados. “Importante ressaltar que o manejo deve ter como base garantir a segurança das pessoas e dos animais, minimizando o estresse do gado e das pessoas envolvidas no trabalho de lida”, ressalta a gerente.
A contenção deve ser feita com calma, para que o equipamento não fique marcado na memória da fêmea como local a ser evitado por lembrar ansiedade, medo, dor ou agressão. Se houver necessidade de acionar as peças de contenção, deve ser feita com o animal parado para não lesionar ou causar dor.
Estresse prejudica o desempenho da inseminação
Os cuidados com o manejo se devem ao fato de que o desempenho normal da função reprodutiva depende totalmente da ação dos hormônios, e a produção desses hormônios sofre influência direta do estresse.
Quando um animal é mantido em ambiente inadequado, seu organismo desencadeia uma série de reações hormonais na tentativa de restabelecer o equilíbrio orgânico, chamado de homeostase.
Por isso, a condução dos animais para o equipamento de contenção deve ser feita por um peão que conheça comportamento e temperamento dos bovinos, e evite situações que causem estresse.
“Nestes trabalhos, a pressa será, certamente, um fator causador de estresse, para o animal e equipe de trabalho que, por consequência, acaba perdendo mais tempo e gastando mais energia para finalizar o manejo”, conclui Ferrarini.
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