O segmento do agronegócio brasileiro registra resultados positivos a cada ano, ultrapassando marca atrás de marca. Em 2020, o setor cresceu 24,3% e estima-se recorde histórico para 2021. Além do trabalho realizado pelos produtores de cada insumo para comercialização, seja carne, leite ou derivados, entre muitos outros produtos, e de toda a qualidade encontrada no campo, há uma gama de profissionais de diferentes áreas que merecem fazer parte desse reconhecimento.
Entre eles estão os médicos-veterinários e zootecnistas que atuam como auditores fiscais federais. Eles trabalham no Serviço de Inspeção Federal, responsável por assegurar a segurança dos produtos de origem animal; nos Laboratórios Nacionais Agropecuários (Lanagros); na Vigilância Agropecuária Internacional do Brasil (Vigiagro), executando, em portos e aeroportos do País, o controle de importação e exportação de produtos de origem animal e vegetal; assim como em escritórios e programas de prevenção e controle de doenças infecciosas e parasitárias estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Como parte da evolução da Medicina Veterinária e da Zootecnia no País, o crescimento da exportação de produtos do agronegócio nos últimos anos é considerado uma grande conquista, no que se refere ao controle de doenças transmitidas por alimentos, assim como na qualidade do que é produzido, aponta o presidente da Comissão Técnica de Alimentos (CTA) do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), Ricardo Calil. Segundo o profissional, que atuou como auditor fiscal federal agropecuário, o avanço é o resultado de uma construção durante muitos anos, por meio do serviço de inspeção federal.
“Evidentemente, os produtores cumpriram sua parte, mas o serviço de inspeção contribuiu muito para a credibilidade dos nossos produtos no mundo todo. Hoje, o Brasil é o maior exportador de carne bovina, de carne de ave, e é o quarto exportador de carne suína, muito em função do trabalho dos auditores fiscais federais”, diz.
Calil destaca que, desde o início da existência da profissão no Brasil, com a primeira faculdade de Medicina Veterinária, a sociedade percebeu como era fundamental a presença do médico-veterinário para a realização de uma série de atividades. A Zootecnia também ganhou espaço, em especial no manejo, genética e bem-estar animal.
O presidente da CTA/CRMV-SP cita o conceito de Saúde Única – saúde humana, saúde animal e do meio ambiente – que ficou bastante claro por organismos internacionais. “Essa união é o que resulta na melhoria das condições para a sociedade.”
Pandemia
Inclusive, Calil ressalta que a importância da atuação do auditor fiscal pode ser bem observada nessa fase de pandemia. “Os médicos-veterinários que trabalham no serviço de inspeção, que controlam a produção de alimentos de origem animal no País, tiveram que acompanhar as normas de segurança para os funcionários, procurando aplicar todos os protocolos de segurança.”
O auditor fiscal federal agropecuário Maurício Góes Alves sabe bem disso. Ele é médico-veterinário, chefe da Divisão de Avaliação de Inovações Tecnológicas (DItec) da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), do Mapa. Segundo ele, as equipes têm exercido um papel incrível durante esta pandemia. “Destaco os colegas dos abatedouros frigoríficos, que atuam sob o regime de inspeção permanente, ou mesmo nos demais estabelecimentos sob inspeção periódica. Foram todos fundamentais para a garantia de que não teríamos desabastecimento de alimentos e também de que teríamos produtos seguros para a população.”
Para Alves, manter a atualização em relação ao conhecimento técnico-científico relativo à área de inspeção e fiscalização de produtos de origem animal é essencial. “Significa ter conhecimento da tecnologia utilizada pelas indústrias na elaboração de seus produtos, bem como compatibilizar o nosso arcabouço legal, de forma que permita o desenvolvimento, mas sempre com foco na proteção da saúde do consumidor e de seus interesses.”
Na opinião do presidente da CTA/CRMV-SP, é preciso um grande esforço para fomentar a qualificação desses profissionais, em especial os de inspeção, para que possam ocupar essa função de grande relevância para a saúde.
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