Em nova rodada de exames feitos em amostras de pescado da área atingida pelo vazamento de óleo, foram identificadas duas amostras de peixes com valores acima dos níveis de preocupação à saúde definidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Outras 66 amostras de peixe, camarão e lagosta analisadas até agora estão com resultados abaixo desses níveis.
Essas são as primeiras análises encontradas acima dos níveis de preocupação. Até o momento, os resultados não alteram a avaliação do risco do consumo de pescado das regiões atingidas pelo óleo. O risco só estaria presente se houvesse o consumo contínuo do mesmo produto com esses níveis durante vários anos.
"Como foram poucos resultados - apenas dois, eles não representam risco para a saúde pública, e não há limitação de consumo neste momento. Vamos aumentar o número de amostras dessas espécies analisadas para verificar se esses resultados se repetem ou se foram pontuais", explica o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, José Guilherme Leal.
As amostras acima do nível referem-se ao peixe Albacora Azul (Thunnus thynnus) e Budião (Sparisoma viride). A amostragem foi encaminhada para a unidade avançada do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Santa Catarina (SLAV-SC/LFDA-RS).
Confira a Nota Oficial da Secretaria de Defesa Agropecuária.
NOTA OFICIAL
Em atenção à contaminação das praias do litoral nordestino por manchas de óleo, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informa que foram disponibilizados resultados de análise de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPA) - principais indicadores de contaminação por derivados de petróleo - para mais 48 amostras de pescado. A segunda amostragem, coletada no período de 06 a 08 de novembro, foi encaminhada para a unidade avançada do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Santa Catarina (SLAV-SC/LFDA-RS).
Até o momento, somando-se com a primeira rodada de análises realizadas pelo Laboratório de Estudos Marinhos e Ambientais (LabMAM) da PUC-RJ, foram obtidos 68 resultados de pescado, referentes à amostragem de peixes (Albacora Azul, Albacora Laje, Ariacó, Badejo Sirigado, Budião, Cioba, Dourado, Garoupa, Guaiúba, Pargo Ferreiro, Piraúna, Saramonete e Vermelho), camarões de captura (Rosa e Sete Barbas), camarões de cultivo (Cinza) e lagostas (Verde e Vermelha) coletadas em estabelecimentos sob Inspeção Federal e capturados nos estados da Bahia, Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.
Das 68 amostras analisadas, 66 apresentaram resultados abaixo dos níveis de preocupação à saúde definidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Duas amostras de peixes apresentaram valores acima desses níveis. Uma é referente ao peixe Albacora Azul (Thunnus thynnus), predador migratório de alto mar, e a outra ao Budião (Sparisoma viride), que se alimenta em recifes de corais. Os valores de HPAs encontrados foram 9,51 e 7,95 microgramas de Benzo(a)pireno - Equivalente (BaPE)/kg, respectivamente. O valor de referência definido pela Anvisa, como nível de preocupação, é acima de 6 microgramas de Benzo(a)pireno - Equivalente (BaPE)/kg para peixes.
Considera-se, até o momento, que esses resultados não alteram a avaliação do risco do consumo de pescado das regiões oleadas. Essas são as primeiras análises encontradas acima dos níveis de preocupação e não há uma série histórica para se estabelecer um comparativo de contaminação de pescados antes e depois do derramamento de óleo. Entretanto, o Mapa irá direcionar nova estratégia de monitoramento do pescado por espécie ou habitat e região afetada.