Nesta quinta-feira (13) ocorreu o Dia de Campo Virtual – Projeto Forrageiras para o Semiárido. O evento, transmitido pelo canal Youtube da Embrapa e pelo Portal Agro, reuniu pesquisadores, técnicos e produtores rurais, e contou com as participações dos presidentes da Embrapa, Celso Moretti, :a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) João Martins, do chefe da Embrapa Caprinos e Ovinos, Marco Bonfim e da pesquisadora Ana Clara Cavalcante, da mesma UD.
O evento marcou o início de uma nova fase do projeto com a assinatura do termo de cooperação entre as duas instituições e representou a oportunidade para a apresentação das ações realizadas nos últimos quatro anos.
Criado em 2017, o projeto avalia o potencial produtivo e a adaptação das plantas forrageiras às condições climáticas do semiárido para recomendação de novas opções de fonte de alimento para os rebanhos.
Para isso, foram instaladas 13 Unidades de Referência Tecnológica (URTs) em todos os estados da região Nordeste, além da região Norte de Minas Gerais. Mais de 30 plantas forrageiras são testadas nas unidades, entre gramíneas perenes e anuais, variedades de cactáceas e plantas lenhosas.
João Martins, ao dar início à cerimônia, ressaltou a importância da parceria com a Embrapa e o trabalho dos pesquisadores no desenvolvimento de cultivares de forrageiras: “Todo nordestino sabe que a atividade pecuária, seja ela de bovino, caprino ou ovino, é a atividade mais viável nas regiões do semiárido nordestino. Sabemos que a agricultura também é viável, mas somente onde há possibilidades de irrigação”. João Martins destacou que a pecuária é uma das principais atividades econômicas do Nordeste, mas que, para que se sustente, há a necessidade de produção de forrageiras para prover fibras para os animais.
“O projeto Forrageiras para o Semiárido é um exemplo de sucesso do modelo de parceria empresa pública – no caso da Embrapa – e o setor produtivo”, afirmou o presidente da Embrapa, Celso Moretti, ao iniciar sua fala aos participantes. Ele lembrou também que o Semiárido ocupa 100 milhões de hectares do principal bioma do Nordeste, a Caatinga, com 24 milhões de habitantes e mais de 1,3 mil municípios.
De acordo com o Moretti, desde a primeira fase do projeto, a proposta era de firmar alianças com o setor produtivo para a concepção de um projeto caracterizado por ser de inovação aberta. O presidente reiterou que o papel da Empresa é buscar soluções para os problemas do agro brasileiro, e, justamente por isso, o projeto se insere numa linha prioritária de contribuir para o desenvolvimento regional sustentável, em uma lógica de convivência com a realidade local, considerando seus aspectos climáticos e socioculturais.
O dia de campo virtual ofereceu aos participantes a oportunidade de assistir um vídeo com os principais resultados do projeto até o momento. Logo depois, os presidentes da Embrapa e da CNA oficializaram a parceria para a segunda etapa.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba, Mário Borba, representou dez estados participantes do projeto. Para ele, trata-se de uma ação inovadora, que mostra ao produtor as novidades tecnológicas de produção de forrageiras. A pesquisadora Ana Clara Cavalcante, da Embrapa Caprinos e Ovinos, destacou que o projeto tem como um de seus objetivos a busca por forrageiras completas, que sejam as melhores possíveis para o semiárido.
“O objetivo do nosso projeto foi ampliar as opções de recomendações de plantas forrageiras, através de um conceito que é o de cardápio forrageiro para o semiárido, e disponibilizar um aplicativo para ajudar os produtores a tomar a decisão sobre como utilizar os ingredientes desse cardápio. Esses ingredientes combinados trazem como resultado o alimento em quantidade e qualidade suficientes para manter os rebanhos do semiárido ao longo do ano”, afirmou a especialista da Embrapa.
A pesquisadora definiu como cardápio forrageiro a combinação de plantas que são cultivadas em regime de sequeiro e que utilizam apenas a água das chuvas para a produção. Os ingredientes citados por Ana Clara Cavalcante como base do cardápio forrageiro foram as gramíneas perenes (para pasto), gramíneas anuais (para silagem), cactáceas (para reserva estratégica) e lenhosas (para banco de proteínas). “São a base para o sistema de pastejo e podem ser utilizadas como reserva estratégica, uma espécie de poupança forrageira”, salientou.
Saiba mais sobre o cardápio forrageiro do projeto acessando:
Em relação aos resultados, a pesquisadora mencionou que as escolhas foram “felizes”, pois apresentaram uma taxa de sobrevivência superior a 70% ao final de três anos, como o capim buffel e o capim massai, mantendo os maiores padrões de sobrevivência e produção mais constantes.
“A fase 2 será muito importante, pois assim como na primeira fase, quando tivemos a oportunidade de estabelecer novos padrões de produção de biomassa e de forragem para o semiárido, poderemos estabelecer as capacidades de suporte, quantos animais vamos conseguir colocar por hectare com os materiais que produzimos na fase 1. Vamos abrir novas possibilidades de modelos de produção, mais produtivos e sustentáveis no semiárido”, finalizou a pesquisadora da Embrapa Caprinos e Ovinos.
Conheça o projeto Forrageiras para o Semiárido acessando aqui.
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