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BiomaPhos rendeu R$ 105 milhões ao País em 2020 com aumento de produtividade de soja e milho

Desde que foi lançado, em agosto de 2019, o primeiro inoculante desenvolvido com tecnologia nacional para absorção de fósforo pelas culturas deverá aumentar a fertilidade de mais de três milhões de hectares de solos brasileiros até a safra 2021/2022.

04/05/2021 às 19h31
Por: Redação
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BiomaPhos rendeu R$ 105 milhões ao País em 2020 com aumento de produtividade de soja e milho

A projeção é da empresa Bioma, pertencente ao Grupo Simbiose Agro, parceira da Embrapa no desenvolvimento e comercialização do produto, e se refere ao tratamento de lavouras de milho e soja em todo o País com o BiomaPhos.

Confira a matéria completa, com fotos e imagens, na Agência Embrapa de Notícias

“Na safra 2019/2020, quando foi lançado, a área tratada ultrapassou 350 mil hectares. Os resultados foram tão satisfatórios que, na safra 2020/2021, 1,49 milhão de hectares de milho e soja receberam o BiomaPhos. Nossa previsão de vendas do inoculante para a próxima safra é ultrapassar os três milhões de hectares”, revela Artur Soares, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Simbiose Agro.

De 231 áreas de soja que receberam o BiomaPhos e foram avaliadas pela Embrapa e pela Bioma na última safra, a média de produtividade saltou de 67,2 sacas por hectare para 71,6 sacas, o que significa um incremento de 4,4 sacas por hectare proporcionado pelo uso do produto. “Se considerarmos a cotação da saca de soja a R$ 176,00 – dado da última semana de abril – e descontarmos o custo do produto por hectare (R$ 70, em média), o produtor alcançou um ganho médio de R$ 704,40 por hectare usando o BiomaPhos”, avalia o gerente. Segundo ele, as avaliações foram feitas na cultura da soja na última safra de verão, e os dados referentes à segunda safra do milho estarão prontos em meados de agosto. “Apenas para se ter uma ideia, a média obtida no último ano no milho foi de 12 sacas a mais por hectare”, reforça (veja depoimentos no quadro abaixo).

Christiane Paiva, pesquisadora da área de Microbiologia do Solo da Embrapa Milho e Sorgo (MG), responsável pela pesquisa que chegou ao produto comercial, comemora os resultados. Segundo ela, os ganhos de produtividade estão sendo comprovados também em outras culturas, como cana-de-açúcar, feijão, arroz, sorgo, braquiária e no café. “Apesar de o produto estar disponível no mercado há pouco mais de um ano, a expansão já sinaliza a possibilidade de contribuir efetivamente para a redução da excessiva dependência brasileira de fertilizantes importados”, afirma a pesquisadora. Segundo ela, em algumas culturas, ainda em fase de testes, como batata e amendoim, os ganhos têm surpreendido os produtores, chegando a 30% de incrementos na produtividade. 

“Esses resultados ocorreram em lavouras que usualmente não utilizavam inoculantes biológicos para aumento da produtividade e melhor aproveitamento de nutrientes, o que torna o BiomaPhos um produto revolucionário em termos de utilização de ativos biológicos na agricultura”, interpreta Christiane Paiva. “Em culturas como café, sorgo, algodão, cana-de-açúcar, amendoim, citros, manga, tomate e batata, em que não havia tradição de uso de inoculantes, a tecnologia tem proporcionado ganhos reais após ter sido amplamente testada e avaliada positivamente pelos próprios produtores”, complementa. Ela adianta que a Embrapa e parceiros públicos também estão firmando parcerias para avaliação do inoculante em banana, trigo, pastagens, hortaliças, hortifrútis, milho para silagem e milho-verde, além de análises sobre a eficiência do produto no sistema ILPF.

R$ 105 milhões de retorno ao País

 

O impacto econômico proporcionado pelo inoculante em 2020 em todo o País chegou a R$ 105.134.993,00 valor estimado pela Embrapa com metodologia que avalia o impacto das suas tecnologias e publicado em seu Balanço Social. Esse montante mostra o lucro revertido para o Brasil ao diminuir a importação de fertilizantes sintéticos minerais, substituindo-os pelo BiomaPhos. Para chegar a esse valor, pesquisadores da Empresa elaboram análises de um componente quantitativo, que é a avaliação econômica propriamente dita, e de um componente qualitativo referente a entrevistas com os adotantes da solução tecnológica para captar os impactos socioambientais e, por fim, entrevistas com os desenvolvedores do ativo para captar o Impacto de Desenvolvimento Institucional. 

Segundo Rubens Augusto de Miranda, pesquisador da Embrapa da área de Economia, a avaliação econômica é feita a partir de estimativa da área de adoção da tecnologia, calculada pelo número de vendas do ativo obtido com a empresa parceira no desenvolvimento. “O benefício da solução tecnológica é calculado a partir dos resultados de validação do produto comercial e extrapolados para a área estimada de adoção. Esse resultado subtraído dos custos (preço do produto comercial) e o preço do grão (no caso o milho) fornecem uma estimativa do impacto econômico da solução tecnológica”, explica Miranda. 

Segundo ele, a metodologia de avaliação do componente qualitativo é feita pelo software da Embrapa Ambitec-Agro, um sistema de avaliação de impactos ambientais de inovações tecnológicas agropecuárias. Trata-se de um conjunto de matrizes multicritério que integram indicadores do desempenho de inovações tecnológicas e práticas de manejo adotadas na realização de atividades rurais. A metodologia Ambitec-Agro calcula indicadores a partir do chamado coeficiente de alteração, que é a percepção do adotante ou do pesquisador em relação a alterações ocorridas com o uso ou desenvolvimento da solução tecnológica em determinados indicadores, comparadas a uma situação anterior. 

Avanços da tecnologia e conquista de novos mercados

A Embrapa e a empresa Bioma têm apostado em novas formulações na composição do BiomaPhos, em parceria com a Embrapa Instrumentação (SP), e em ferramenta genômica para possibilitar precisão e segurança, associando mais eficiência e longevidade ao produto. “O sucesso do inoculante levou a empresa parceira Bioma a implementar novas estratégias de negociação para ampliar seu acesso ao mercado. Ela inclusive se associou a uma grande empresa de defensivos para distribuir o produto em novas parcerias. Iniciamos também testes para futura internacionalização da comercialização do BiomaPhos em países como Paraguai, Bolívia, México e Estados Unidos”, revela Paiva.

 

Como funciona

O BiomaPhos, resultado de mais de 19 anos de pesquisas, é produzido a partir de duas bactérias identificadas pela Embrapa, uma no solo e a outra no milho, que apresentam aptidão para solubilizar ou tornar disponível o elemento fosfato e melhorar o sistema radicular das plantas. Esse mineral é indispensável para o crescimento e a produção vegetal, já que interfere nos processos de fotossíntese, respiração, armazenamento e transferência de energia. “As cepas das bactérias Bacillus subtilis e Bacillus megaterium conseguem fazer com que maior quantidade de fósforo seja absorvida pelas raízes, recebendo em troca compostos fundamentais para o crescimento bacteriano, como fontes de carbono, em especial açúcares e ácidos orgânicos”, explica a pesquisadora. “Isso se traduz em mais eficiência no processo de absorção do fósforo pelas raízes das plantas, fazendo com que elas sejam mais produtivas”, complementa.

Produtores comemoram

“O resultado foi impressionante”, Rafael Rockenbach de Ávila, produtor rural de Bagé-RS

Rafael Rockenbach de Ávila, 40 anos, cultiva 2,7 mil hectares de soja e 20 hectares de milho segunda safra no município gaúcho de Bagé (RS). Proprietário da Estância Massaroca, aplicou o inoculante BiomaPhos na última safra em 400 hectares de soja e na totalidade da lavoura de milho. “O resultado foi impressionante”, resume, se referindo ao ganho de produtividade de 5,8 sacas por hectare na cultura da soja. Em relação ao milho segunda safra, aguarda com otimismo ganhos na produtividade, já que a época da colheita ainda não chegou. Rockenbach pretende ampliar o uso do produto na próxima safra para a totalidade da lavoura da oleaginosa. Na entrevista a seguir, confira as impressões do agricultor sobre os efeitos positivos do solubilizador de fósforo nas duas culturas e no solo e suas opiniões em relação à Embrapa que, segundo ele, será protagonista desta “nova agricultura”, se referindo à agricultura mais sustentável e com maior uso de insumos biológicos. 

Quando o senhor começou a utilizar o BiomaPhos? Utilizou em um pequeno talhão ou já usou o inoculante em grandes áreas?

Rockenbach: Sou um entusiasta dos produtos biológicos. Substituo sempre os produtos químicos usados na minha lavoura pelos biológicos que têm eficiência, tentando um manejo mais sustentável e mais persistente dentro do sistema, uma vez que sempre que a gente aplica produtos biológicos, eles vão ficando no solo e a cada ano ajudam a produzir um pouco mais.

Sobre o BiomaPhos é a primeira safra que eu uso. Utilizei o produto em 15% da minha lavoura de soja e pretendo, na próxima safra, aplicar em 100% da plantação, porque o resultado que eu tive foi muito bom. Apresenta um custo em torno de meio saco por hectare e consegui colher quase cem sacos por hectare. O resultado foi impressionante.

Quais as impressões iniciais após a aplicação do produto em termos da fisiologia da planta, aspectos visuais, vigor, crescimento, resistência a veranicos ou geadas?

A gente notou que as raízes da planta cresceram muito mais, a planta tratada com o BiomaPhos tinha muito mais volume de raiz do que nas áreas que não receberam aplicação. Então, na minha cabeça, já ficou a certeza de que essa planta iria produzir mais, já que ela tem mais raiz e vai absorver mais nutrientes do solo e água, além de conseguir ultrapassar os veranicos. 

E houve ganhos de produção e de produtividade? Teria como o senhor quantificar?

O ganho de produtividade foi de 5,8 sacos por hectare na cultura da soja. É um ganho bem significativo, levando em conta que o produto custa em torno de meio saco. É um bom investimento. Também devemos levar em consideração que todo produto biológico que você aplica no solo, persiste para o outro ano. Dessa forma, vai melhorando a produtividade.

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