Apesar do cenário do empreendedorismo feminino estar em constante ascensão nos dias de hoje, fato é que ainda existem muitos desafios a serem superados nessa área. Enquanto, por um lado, a demanda familiar e falta de estímulos para a capacitação das mulheres são alguns dos problemas enfrentados por todas que sonham em abrir seus próprios negócios, por outro as empreendedoras que conseguem se estabelecer no mercado geram o dobro de retorno quando comparadas aos empreendedores homens, segundo dados do estudo da consultoria BCG em parceria com a Masschallenge.
Atualmente, no Brasil existem cerca de 24 milhões empreendedoras que lutam, diariamente, para o crescimento de suas empresas, uma vez que, na maior parte das vezes, precisam se desdobrar para cumprir todas as suas obrigações além do trabalho, como cuidados com a casa e com os filhos.
No mercado financeiro, as mulheres também trabalham para derrubar tabus, ampliar sua atuação e, consequentemente, aprimorar sua independência financeira. O investimento das mulheres na Bolsa de Valores em 2020 cresceu 118%, mas o público feminino representa apenas 26% dentro desse setor que é dominado pelos homens.
Um pouco de toda essa realidade que temos hoje quando o assunto são mulheres à frente dos negócios vem do fato de que elas entraram no mercado de trabalho muito tempo depois deles e somente mais tarde puderam ter uma conta no banco em seus nomes sem precisar da assinatura do marido, por exemplo. Nos dias atuais, o que essas líderes mais precisam é de apoio e reconhecimento, afinal, são agentes de transformação social.
Cada vez mais mulheres apostam no empreendedorismo e durante essa jornada desafiadora, muitos obstáculos relacionados à administração, gestão e comunicação dos negócios podem surgir. Pensando nisso, sugiro Flávia Mello (perfil completo abaixo), investidora e mentora de empresas fundadas por mulheres, para qualificar o debate sobre liderança feminina na atualidade.
O aumento da presença das mulheres no mercado empreendedor tem chamado atenção nos últimos anos. Segundo informações do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), de 2016, elas representam 51,5% das pessoas que iniciam um novo negócio no Brasil, porém ainda são a minoria - representam 42,7% contra 57,3% de homens. Isso deixa claro que ainda existem muitos desafios na busca por um espaço em um ambiente que ainda é predominantemente masculino e, desta forma, conhecer histórias de mulheres que se arriscam neste meio é mais do que inspirador. "A maior parte das mulheres decide abrir os próprios negócios buscando a flexibilidade, ou seja, para que consigam se dividir melhor entre todas as tarefas de seu dia a dia. O ideal é que elas consigam ter uma rede de apoio e, claro, que os homens façam parte dela para que a divisão dos deveres ocorra de maneira justa. Temos muito a evoluir, por isso acredito na importância do estímulo para que as mulheres façam cada vez mais parte do mercado financeiro. Somente assim, tornaremos esse espaço cada vez mais justo e igualitário", diz Mello.
Flávia Mello
Com mais de 10 anos de experiência nas áreas de vendas e publicidade, Flávia trabalhou em empresas como Uber e Facebook, além de grandes agências de digital. É investidora e mentora de empresas fundadas por mulheres que estejam desenvolvendo soluções para equidade de gênero, entre elas: SafeSpace, Oya, HerMoney, Todas e The Feminist Tea. Apresentou por um ano o podcast Familia Feminista, disponível nas principais plataformas de streaming.