O Plenário do Senado aprovou, nesta quarta-feira (21), o Projeto de Resolução do Senado (PRS) 44/2020, que institui a Comenda Chico Xavier. A iniciativa partiu do senador Eduardo Girão (Podemos-CE) e deverá homenagear pessoas ou entidades que se destacaram em ações sociais de caridade ou filantropia. O relator, senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL), recomendou a aprovação da proposta e acolheu uma emenda. O projeto segue para promulgação.
— A obra de Chico Xavier transformou a minha vida. Sou uma pessoa mais feliz, mais realizada, mais serena. E tenho plena consciência da minha tarefa aqui, com todas as minhas limitações e imperfeições, que são muitas. O Chico deixou para a gente um legado de que a gente está aqui para evoluir, para aprender a perdoar, a amar. A morte não existe — disse Girão após o relator apresentar o voto.
Os concorrentes à comenda deverão ser indicados pelos senadores. A entrega da premiação vai acontecer sempre em abril, mês de nascimento de Chico Xavier, sendo agraciados até três indicados por ano. O PRS 44/2020 também cria o Conselho da Comenda de Incentivo à Caridade Chico Xavier, composto por um senador ou senadora representante de cada partido político com assento no Senado. A composição do conselho será renovada a cada dois anos, entre os meses de fevereiro e março da primeira e terceira sessões legislativas ordinárias, permitida a recondução de seus membros.
"Chico nos ensinou lições que ficaram marcadas na história, sendo sinônimo de amor e caridade, seguindo sempre a máxima: 'fora da caridade não há salvação'. A outorga da premiação valorizará ações que merecem ser homenageadas e exaltadas, tentando-se assim incentivar atos de caridade", sintetizou Girão na justificação do projeto.
Para o relator, o mundo necessita cada vez mais de caridade. Assim, nada mais justo do que dar destaque àqueles que a promovem. Sua prática seria indicador de elevação moral, caracterizando a essência boa do ser humano.
"Esse foi o exemplo deixado por Chico Xavier e essas são as atitudes que se pretende incentivar e premiar com a instituição da presente comenda", afirmou Rodrigo Cunha.
Ele acolheu emenda apresentada pelo senador Jayme Campos (DEM-MT) para que os meios de comunicação do Senado Federal divulguem, no mês dedicado à premiação, informações sobre os agraciados e programas, campanhas educativas, iniciativas e projetos de ações sociais de caridade, com ênfase em boas práticas de solidariedade organizadas pela sociedade civil e pelo poder público.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e os senadores Antonio Anastasia (PSD-MG), Soraya Thronicke (PSL-MS), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Ney Suassuna (Republicanos-PB) e Nelsinho Trad (PSD-MS) elogiaram o autor e o relator pela proposta e destacaram virtudes e ações de Chico Xavier.
— O espiritismo é um bálsamo que nos traz acalanto naquele momento difícil — disse Soraya Trhonicke.
Para Randolfe, Chico Xavier foi um dos brasileiros mais excepcionais da contemporaneidade. Ele destacou que o religioso dizia que cada dia da vida era uma nova página em branco para o ser humano. Anastasia observou que o povo do estado de Minas Gerais tem orgulho de ter Chico Xavier como conterrâneo.
Francisco Cândido Xavier, ou simplesmente Chico Xavier, nasceu na cidade mineira de Pedro Leopoldo, no dia 2 de abril de 1910, e morreu em Uberaba (MG), em 2002. Afirmava que havia começado a psicografar obras aos 17 anos. Ao todo, publicou mais de 450 livros, tendo vendido mais de 50 milhões de exemplares.
Todo o dinheiro arrecadado com a venda de seus livros era revertido para obras de caridade. Seu nome foi indicado em duas oportunidades para concorrer ao Prêmio Nobel da Paz, em 1981 e 1982, tendo recebido mais de 2 milhões de assinaturas em apoio, vindas de 30 países diferentes, disse o relator.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)