As condições climáticas observadas este ano na região do Pantanal tiveram papel determinante para que os incêndios atingissem dimensões dramáticas. Este ponto de vista foi apresentado por Eduardo Lunardelli, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), durante audiência destinada a discutir a criação do Estatuto do Pantanal, realizada nesta quarta-feira (7) pela comissão do Senado que investiga os incêndios.

— O Pantanal é um bioma marcado pelo pulsar das águas, por fenômenos de cheias e vazantes, inundações, e depois períodos de seca. Tivemos um período de águas, que começou em setembro de 2019, mas que teve uma quantidade de chuvas muito inferior à média. Então entramos no período da seca com uma carga hídrica bastante inferior ao normal. E depois veio a seca que se agravou, ou seja, a média de precipitação no período de seca também foi muito inferior à média — declarou Lunardelli.

O representante do MMA acrescentou que a média da temperatura verificada em 2020 na região aumentou 1,5 grau acima do esperado. E em setembro, chegou a 2,5 graus acima da média.

— Temos visto recordes de temperatura em diversos pontos: Cuiabá, Corumbá, Campo Grande. Além disso, tivemos um fenômeno de ventos basicamente dois metros por segundo acima da média, com predominância de ventos oriundos do Nordeste, o que não é usual, e que também contribuíram pro agravamento desta situação climática — finalizou o técnico.

Terras indígenas

Já Alcir Amaral, da Fundação Nacional do Índio (Funai), alertou que só no Mato Grosso do Sul, até 22 de setembro, foram detectados 1.165 focos de incêndio em 48 terras indígenas, combatidos com apoio do Ibama e das brigadas da própria Funai.

Na abertura da reunião, a comissão aprovou a realização de outra audiência pública, em data a ser definida, com o diretor da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), Nelson Vieira.

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Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)