Você sabia que existe uma forma correta de tratar acne na gravidez? Muitas transformações acontecem na pele da gestante, principalmente por conta dos estímulos hormonais durante a gestação. É normal que as grávidas sofram com manchas de pele, melasma , estrias e, em alguns casos, com espinhas.
"A acne na gravidez é comum, principalmente nas peles mais oleosas e em pacientes mais jovens, inicialmente pelo aumento do hormônio gonadotrofina coriônica e depois pela progesterona. A pele fica mais oleosa e o couro cabeludo também começa a produzir mais gordura devido ao aumento desses hormônios", explica a dermatologista Claudia Marçal, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Quem apresenta tendência à acne ou já apresentou durante a adolescência têm maior predisposição em tê-la durante a gravidez , de acordo com Marçal. Já as pacientes com mais de 35 anos tem menos tendência em apresentar esse quadro.
Segundo a dermatologista Valéria Marcondes, também membro da SBD, os lugares mais comuns de aparecimento da acne durante a gestação são: rosto (na linha da mandíbula, região do masseter - lateral da boca - e por muitas vezes próximo à raiz dos cabelos), pescoço, região do colo, ombro, a parte alta das costas. Além disso, algumas gestantes também apresentam acne na região do glúteo. "Porém esse é um quadro que quase sempre se resume a primeiro trimestre, melhora depois do quarto ou quinto mês da gestação e existe tratamento durante esse período", explica Claudia.
Em relação à característica dessa acne, Marçal explica que normalmente são nódulos fechados inflamatórios, dolorosos, que apresentam um pródromo, ou seja, uma sensação dolorosa no local dois ou três dias antes da formação desses cômedos, que são chamadas de espinhas fechadas. "Muitas dessas lesões podem ser com pústulas, como se fosse uma cabeça de alfinete de pus no centro da lesão, pela contaminação das próprias bactérias presentes na microbiota da pele", diz a médica.
Já que nem todos os tratamentos são liberados durante a gravidez, a dermatologista Dra Valéria Marcondes enfatiza que é necessário conhecer os produtos proibidos e os permitidos. "Dentre os ativos não recomendados, estão alguns dos mais usados contra a acne. É o caso da isotretinoína e do ácido retinoico. Estão também nessa lista o ácido glicólico em altas concentrações e alguns antibióticos por via oral", explica. Mas existem alternativas, segundo a dermatologista o ácido azelaico e o peróxido de benzoíla podem ser usados durante a gravidez. "O ácido azelaico é um ativo mais suave, mas que também é útil como clareador de manchas", completa. No entanto, para saber qual é o mais indicado para sua pele e sua gestação, é imprescindível a consulta à um dermatologista de confiança.
Os cuidados de limpeza também são importantes para prevenir e fazer com que o tratamento seja mais eficiente. "A acne na gestação pode ser tratada com sabonetes a bases de extratos, como hamamélis, melaleuca, alfa-bisabolol, camomila, malva e erva-doce", afirma a Dra Claudia.
Outro fator importante para o aparecimento dessas erupções indesejadas, além das alterações hormonais, é a qualidade de vida da paciente durante a gestação. Nesse período "essas pacientes começam a comer alimentos que nunca comeram ou que antes faziam um controle maior e que estimulam a produção de espinhas", afirma a dermatologista Marçal. Ela explica que o consumo maior de açúcar e doces pode aumentar a produção de hormônios masculinos e, consequentemente, estimular as glândulas sebáceas na geração de gordura, o que leva à formação de acne.
E o que fazer para não piorar o quadro? Marçal indica controlar o estresse e a ansiedade, manter uma alimentação balanceada e ter uma boa noite de sono. Além, claro, de praticar atividade físicas diárias.