Sábado, 23 de Novembro de 2024
18°C 28°C
Nova Cantu, PR
Publicidade

Missão de supervisão do Projeto Dom Helder Câmara é realizada de forma virtual

Missão de supervisão do Projeto Dom Helder Câmara é realizada de forma virtual

24/08/2020 às 11h20 Atualizada em 24/08/2020 às 14h20
Por: Redação
Compartilhe:
Missão de supervisão do Projeto Dom Helder Câmara é realizada de forma virtual
.

Pela primeira vez, a missão de supervisão ao Projeto Dom Helder Câmara (PDHC) foi realizada de forma virtual, devido à pandemia da Covid-19. O projeto, que é executado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) por meio de um acordo de empréstimo firmado entre o governo brasileiro e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), passa por missões periódicas de monitoramento para avaliação de sua realização e dos resultados alcançados. 

A missão virtual foi realizada no período de 3 a 14 de agosto. O PDHC busca reduzir os níveis de pobreza e de desigualdades no semiárido, promovendo a articulação de políticas públicas federais, estaduais e municipais. Além disso, visa qualificar os produtores para desenvolver uma produção sustentável, estimulando a replicação de boas práticas. 

A Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) é o eixo central do PDHC, com foco em qualificar os sistemas produtivos locais, contribuindo com o repasse de conhecimento aos produtores, com a difusão de boas práticas e otimizando as políticas e os programas públicos voltados para a produção rural sustentável. Para a implementação do projeto, o Mapa possui importantes parcerias, entre elas com a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater). 

Reuniões 

Participaram dessa série de encontros representantes do Fida, da Unidade Gestora do Projeto Dom Helder (UGP) e da Anater; o diretor do Departamento de Estruturação Produtiva da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa, José Paulo de Almeida, área responsável pela coordenação do projeto. 

Também estiveram presentes representantes de empresas públicas e privadas que promovem a Ater nos estados selecionados para essa missão (Alagoas e Maranhão): o Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (Emater-AL), a Associação de Orientação às Cooperativas do Nordeste (Assocene), que promovem as ações no estado de Alagoas;  a Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural do Maranhão (Agerp) e a GR Assessoria e Planejamento de Projetos Agropecuários, com ações executadas no estado do Maranhão. 

Foram realizadas também reuniões com o presidente da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer) e com representantes do Ministério da Cidadania, da Universidade de Brasília (UnB), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Financiadora de Estudos e Projetos (FNDCT/Finep) e da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (PaqTcPB), instituições envolvidas em várias ações do projeto. 

Relatos 

A missão contou com a participação remota de alguns beneficiários, que puderam relatar como o projeto trouxe impactos positivos para as suas famílias. Durante os encontros, foram exibidos vídeos com depoimentos de agricultoras e agricultores atendidos pelo projeto. Normalmente a equipe do Fida faz visita in loco às famílias, mas, em razão da pandemia, esse ano essa atividade não foi possível nessa modalidade. 

A agricultora Maria Benedita de Sousa, do município de Itapecuru-Mirim (MA), é uma das beneficiárias. Ela recebe assistência técnica e extensão rural da Agerp e, por meio do projeto recebeu, no último ano, duas parcelas do fomento produtivo, viabilizado pelo Ministério da Cidadania, para implantar avicultura de corte em sua propriedade. Sempre orientada pela técnica que a visita, Benedita comprou aves e uma forrageira para auxiliar na produção da ração das aves. Atualmente, ela trabalha com dois tipos de aves, e comercializa seus produtos no município. 

Segundo Benedita, estar no projeto e receber o fomento e a assistência técnica mudaram a vida da família. "O projeto é muito bom, de grande ajuda para aumentar a nossa renda e para a educação dos meus filhos. Com o que recebo da venda das aves, melhoramos a alimentação na casa e pude garantir a ida dos meus filhos à escola. Antigamente, quando o ônibus do município não vinha para levá-los, eles faltavam a aula. Agora, tenho dinheiro para colocar combustível na moto e garanto que eles não faltem nunca. Pode parecer pouco, mas é de grande ajuda. Quero dar aos meus filhos a instrução que eu não tive. Quero dar uma vida melhor para meus filhos. Eu trabalhei muito em casa de família, é um serviço digno, mas desejo para minha filha uma vida melhor, quero que meus filhos se formem", contou. 

A família da agricultora Maria Benedita de Sousa é uma das beneficiárias do Projeto

Boas práticas 

O agricultor Sérgio Oliveira, de 51 anos, do município Delmiro Gouveia (AL), atendido pela Emater-AL, vive na propriedade com a mãe e um irmão. A família, que cria ovinos e caprinos, investiu o recurso do fomento produtivo na melhoria da estrutura para os animais e adquiriu novas ovelhas e cabras. 

Por meio do PDHC, o agricultor recebeu dos técnicos que o visitam, prestando orientações sobre manejo sanitário, calendário de vacinações, suporte forrageiro, com plantio de palma e sorgo, e manejo nutricional, com balanceamento da ração, e produção de sal proteinado para o período seco do ano. Todas essas ações geraram maior desenvolvimento na gestão da atividade, mais produção e aumento de renda familiar em  20%. 

"Através do projeto eu pude plantar uma sementinha boa com as ovelhas. Foi um passo a mais na minha vida. Já vendi até uns carneirinhos, melhorando a renda da minha família", contou Sérgio. 

O agricultor Sérgio Oliveira também recebeu assistência técnica 

Lições apreendidas 

Devido a resultados como esses, entre as recomendações da missão está a prorrogação do projeto, para que as ações de Ater possam ser concluídas, já que muitas delas tiveram que ser interrompidas devido à Covid-19. Está previsto também o acréscimo de novas família atendidas, a partir do início dos trabalhos dos novos termos de execução descentralizada assinados com a Embrapa Caprinos, Codevasf e Fndct, antes da pandemia. 

No encerramento da missão, o oficial de programas do Fida, Hardi Vieira, agradeceu o apoio da equipe da unidade gestora que preparou uma série de documentos para o encontro e destacou o papel da Ater para o projeto e o compromisso dos gestores do Mapa com a sua implantação. 

Para José Paulo, do DEP, a missão é oportunidade única para que se façam os ajustes necessários e sejam traçados novos objetivos. "Esta é sempre uma boa ocasião para trocarmos ideias com as instituições envolvidas no PDHC. O projeto possui um contexto social muito importante e está, inclusive, inserido do Agronordeste, plano de ação lançado pelo Mapa em 2019 para impulsionar o desenvolvimento econômico, social e sustentável do meio rural da região. Queremos levar inovação para esse público, que eles sejam difusores de boas práticas no campo", ressaltou ele. 

A gerente de Ater da Emater-AL, Graça Seixas, concordou com o diretor do Departamento de Estruturação Produtiva, ressaltando que o projeto está fazendo a diferença na vida das famílias beneficiadas, conforme os participantes puderam conferir nos vídeos e depoimentos apresentados. 


Informações à Imprensa
imprensa@agricultura.gov.br

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
Lenium - Criar site de notícias