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Cepea, 07/08/2020 – O forte impacto da covid-19 sobre o número de ocupados na agropecuária no trimestre móvel encerrado em maio se estabilizou no trimestre finalizado em junho, segundo cálculos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, realizados com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE. Isso significa que o cenário em termos de número de empregos/ocupações na agropecuária não se agravou em junho, mas também não melhorou.
No período (abril-maio-junho), 7,976 milhões de pessoas estavam ocupadas na agropecuária, ainda se mantendo aquém do limite inferior do que pode ser considerado normal, conforme modelo do Cepea. Frente ao trimestre móvel imediatamente anterior, a população ocupada se manteve estável (-0,21%), mas, em relação ao mesmo trimestre móvel de 2019, houve queda de 7,85%, equivalente a 679 mil pessoas.
Quando considerado o modelo do Cepea, o número de pessoas ocupadas na agropecuária no trimestre móvel encerrado em junho ficou 4,7% ou 391 mil pessoas abaixo do que era esperado para esse período. Mas, esse choque ainda refletiu principalmente o efeito negativo acentuado verificado em maio, sendo observada certa estabilidade em junho.
OUTROS SETORES – Para referência, considerando-se o cenário geral do País, no trimestre móvel encerrado em junho, 83,3 milhões de pessoas estavam ocupadas no Brasil, quedas de 3% frente ao trimestre móvel encerrado em maio e de 10,7% frente ao mesmo trimestre móvel de 2019. Assim, pesquisadores do Cepea ponderam que, embora o cenário tenha aparentemente parado de se agravar para a agropecuária em junho, esse não parece ser o caso para alguns outros setores econômicos. Na comparação entre os trimestres móveis subsequentes, a situação parece ter se agravado sobretudo para os setores de Alojamento e alimentação, Serviços domésticos, Outros serviços e Transporte, Armazenagem e Correio. Pela ótica das posições na ocupação e nas categorias de emprego, houve piora na situação de junho, principalmente para os empregados do setor privado e trabalhadores domésticos sem carteira assinada e para empregadores sem CNPJ.
PRÓXIMOS RELATÓRIOS – Com os dados atualmente disponíveis, ainda não é possível se aprofundar no entendimento dessa perda de ocupações na agropecuária. Não se sabe em quais setores as reduções se concentraram, ou quais são os tipos de ocupações mais vulneráveis. Esse aprofundamento será feito pelo Cepea à medida que os dados do IBGE se tornem disponíveis.
ASSESSORIA DE IMPRENSA: Outras informações sobre o mercado de trabalho do agronegócio aqui e por meio da Comunicação Cepea, com o prof. Geraldo Barros e com a pesquisadora Nicole Rennó: cepea@usp.br
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