Na semana do Dia das Crianças, 12 de outubro, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) faz um alerta para a segurança infantil, com orientações e ações de prevenção a acidentes domésticos, principalmente o uso indevido de medicamentos, que pode causar intoxicações.
Além da importância da prevenção de acidentes em casa, muitos resultando em internações e até óbitos, a Sesa destaca a necessidade de atenção à segurança no trânsito e em atividades recreativas, fundamental para proteção da vida deste público e também de adolescentes.
Os acidentes domésticos estão entre as maiores causas de mortes de crianças e adolescentes com idade entre zero e 12 anos, sendo queimaduras, afogamentos, sufocamentos, intoxicações e quedas as principais ocorrências que resultam em óbitos nesta faixa etária.
“O Paraná tem trabalhado para reduzir internações e óbitos por causas evitáveis, mas essa é uma responsabilidade compartilhada com as famílias e com a sociedade. Alertas simples, como manter medicamentos fora do alcance das crianças, proteger ambientes e supervisionar o uso de objetos e alimentos, fazem diferença real na proteção delas”, ressalta o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
De acordo com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), entre as principais ocorrências atendidas no Paraná, de janeiro de junho de 2025, estão: traumatismos em geral (1.618 casos), quedas (1.070 casos), crises convulsivas (913 casos), intoxicações ou envenenamentos por medicamentos e outras substâncias (174 casos), contato com animais e plantas peçonhentas (125 casos) e retirada de corpo estranho de ouvido, faringe, laringe ou nariz (151 casos).
A Divisão de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente da Secretaria alerta para a prevenção como principal e mais eficaz estratégia para evitar acidentes na infância, que são evitáveis em sua maioria. Um ambiente seguro permite que a criança explore, brinque e aprenda com liberdade, dentro de limites protegidos.
O levantamento da Divisão de Vigilância e Informações Epidemiológicas (DVIEP), em 2024, contabilizou 85 óbitos relacionados a acidentes domésticos em menores de 14 anos. Entre as principais causas estão: inalação do conteúdo gástrico – broncoaspiração (32), inalação/ingestão alimentar com obstrução do trato respiratório - engasgo (24), afogamento e submersão em piscinas (6), queda de mobília, edifício ou outras estruturas (5).
De janeiro até setembro deste ano, foram 37 óbitos relacionados a acidentes domésticos nessa faixa etária. Dentre os principais estão 13 broncoaspiração, 15 engasgos, três afogamentos e duas quedas. Vale ressaltar que a maioria dos acidentes tem maior incidência em crianças de até um ano.
Confira algumas medidas simples que podem evitar acidentes domésticos:
- Nunca tomar ou administrar medicamentos na frente de crianças.
- Guardar todos os medicamentos fora do alcance e da visão delas.
- Não dar medicamentos sem prescrição médica ou indicados para outra pessoa.
- Posicionar alimentos e líquidos quentes no centro da mesa.
- Utilizar preferencialmente as bocas de trás do fogão.
- Manter facas, raladores, tesouras e outros objetos cortantes fora do alcance das crianças.
- Evitar deixar panelas no fogão com o cabo virado para fora, para que a criança não tenha acesso para puxar.
- Atenção com frutas com caroços ou sementes, principalmente com crianças e idosos.
- Usar protetores de tomada.
- Carregar celulares em locais altos ou de difícil acesso para os pequenos.
- Instalar redes de proteção em janelas, varandas e mezaninos.
- Colocar grades ou barreiras em escadas e áreas de risco.
- Nunca deixar crianças desacompanhadas perto de piscinas; usar cercamento ou coberturas de segurança quando possível.
- Evitar plantas tóxicas ou com espinhos nos ambientes internos e externos.
- Manter produtos de limpeza, ferramentas ou materiais de risco sempre guardados.
- Evitar deixar bebês sozinhos em trocadores, camas ou sofás.
- Usar tapetes antiderrapantes em banheiros e áreas molhadas.
- Manter ferro de passar, velas e isqueiros fora do alcance de crianças.
- Nunca armazenar substâncias tóxicas em garrafas de bebidas ou embalagens de alimentos.
- Sempre utilizar a cadeirinha adequada à idade e ao peso da criança, conforme o Código de Trânsito Brasileiro.
- Ensinar a criança a respeitar os animais e nunca provocá-los.
- Supervisionar sempre o contato com cães e gatos, mesmo que sejam conhecidos.
Em caso de dúvida ou suspeita de intoxicação, ligar para o Centro de Informação e Assistência Toxicológica do Paraná – (CIATox/PR), no telefone 0800 0410148. O atendimento é 24 horas.