A presença e a força da produção oriunda de pequenas propriedades rurais do Paraná são destacadas pelo Governo do Estado nesta sexta-feira, 25 de julho, Dia Internacional da Agricultura Familiar, instituído pela FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.
Vem deste segmento do agronegócio a maior parte da produção de alimentos como milho, mandioca, leite, olerícolas, feijão, arroz, suínos, aves, café, trigo e frutas. As propriedades familiares ainda ofertam serviços ecossistêmicos como a produção de água, a manutenção de espécies de polinizadores e da biodiversidade.
No Paraná, a agricultura familiar representa 75% dos empreendimentos rurais, gerando trabalho e renda nos pequenos municípios. O agricultor familiar é o público prioritário do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná). A instituição mobiliza profissionais em todo o Estado para dar assistência técnica ao pequeno produtor, tornando sua atividade mais rentável e melhorando suas condições de vida.
Além disso, há diversas iniciativas de apoio à inclusão socioprodutiva de agricultores familiares, melhoria da infraestrutura rural e estímulo ao empreendedorismo da agroindústria familiar. Outra ação do IDR-Paraná é a busca de novas alternativas para diversificar a economia rural, com atividades não agrícolas como o turismo rural, o artesanato e a gastronomia que podem gerar renda para estas famílias.
O último Censo Agropecuário, realizado pelo IBGE em 2017, revelou que o setor é a base da economia de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes.
FORTE ATUAÇÃO– Neste ano, de janeiro até agora, os profissionais do Instituto já fizeram 157.463 atendimentos individuais. São visitas, atendimentos nos escritórios, assistência técnica remota ou atendimento a projetos. A esses números podem ser somadas ainda as atividades desenvolvidas em grupos, que chegaram a 5.974 atendimentos, 378 cursos e 231 encontros.
Os extensionistas muitas vezes acompanham o agricultor em todo o processo de produção. Seja na condução do seu rebanho ou lavoura, seja na implantação de uma agroindústria que agrega valor à produção familiar.
O IDR-Paraná mobiliza os agricultores em atividades fora das propriedades para divulgar novas tecnologias e promover a troca de experiência entre produtores e técnicos. Até julho deste ano foram realizadas 628 excursões, 2.233 reuniões técnicas e 157 dias de campo.
Outro papel do IDR-Paraná é levar políticas públicas ao produtor familiar, buscando alternativas para que ele viabilize sua propriedade. O Instituto foi responsável pela elaboração de 3.713 projetos na área rural e mobilizou R$ 238 milhões em recursos que foram aplicados nas pequenas propriedades paranaenses.
“O IDR-Paraná é o braço do governo para o campo, é uma vinculada da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento e tem como finalidade principal apoiar os agricultores através de um processo de extensão rural e assistência técnica”, afirma Natalino Avance de Souza, diretor-presidente do IDR-Paraná.
“A nossa função é trabalhar para o agricultor. Fazer com que ele tenha mais renda, mais qualidade de vida, produza melhor e proteja o solo. Esse é o nosso papel e a gente se sente feliz de estar ao lado desse guerreiro que pratica a principal atividade econômica do nosso Estado”, destaca.
Ele ressalta que o IDR-Paraná cumpre a função de manter o produtor informado a respeito dos avanços e mudanças de paradigmas na produção agrícola, lembrando que atualmente elas acontecem rapidamente e exigem que o agricultor se adapte à nova realidade, tanto no que tange a questões climáticas quanto a questões tecnológicas.
“O agricultor que não acompanha essas mudanças acaba ficando para trás. É importante que tenha uma instituição que cuide de inovação, de tecnologia, de sustentabilidade e leve isso aos produtores nas suas diversas comunidades. A inovação faz parte do progresso e o progresso faz parte da melhoria da qualidade de vida, da renda, que é aquilo que sustenta os agricultores”, concluiu.
O trabalho da extensão rural e pesquisa não se restringe à assistência técnica para que o produtor produza mais e melhor. Os extensionistas também prestam orientações a respeito da gestão das propriedades, levando em conta princípios de sustentabilidade. Assim, ele garante que o seu empreendimento se perpetue ao longo de algumas gerações, com a participação de toda a família, incluindo as mulheres.
QUEM É AGRICULTOR FAMILIAR– A Política Nacional de Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais define como agricultor familiar e empreendedor familiar rural aquele que pratica atividades no meio rural, atendendo, simultaneamente, a alguns requisitos: não ter área maior do que quatro módulos fiscais; utilizar predominantemente mão-de-obra da própria família; ter renda familiar predominantemente originada de atividades econômicas vinculadas ao próprio estabelecimento e dirigir seu empreendimento com sua família.
São considerados agricultores familiares os pequenos produtores rurais, povos e comunidades tradicionais, assentados da reforma agrária, silvicultores, aquicultores, extrativistas e pescadores.