O frigorífico de peixe da Cooperativa de Produtores de Frutas de Santa Maria (Coopersanta), de Alto Paraná, município da região Noroeste do Estado, recebeu nesta quarta-feira (23) o certificado do Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf). O documento atesta o registro, a inspeção e a fiscalização dos produtos e possibilita a comercialização em todo o território paranaense.
O secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes, que participou do evento de entrega do selo, destacou a importância do Sistema Estadual de Agricultura na capacitação e reconhecimento de agroindústrias paranaenses. "Precisamos de gente que vai e faz, como o pessoal do Instituto de Desenvolvimento Rural, o pessoal da Seab, e o pessoal da Agência de Defesa Agropecuária, que executaram essa iniciativa", disse.
A certificação foi intermediada pelo Consórcio Intermunicipal Caiuá Ambiental (Cica), que reúne 19 municípios da região. O presidente do consórcio, José Gabriel Gonçalves Fachiano, falou sobre a importância da atuação da organização para a agropecuária na região Noroeste.
“O Susaf torna o consórcio um dos entes autorizados a fazer essa certificação. Podemos orientar os produtores diretamente para que eles possam se adequar às normas e realizar a comercialização de forma segura, levar o pequeno produtor a ter condições de colocar o produto dele no mercado de todo o Estado”, salientou.
Com a certificação Susaf, a Coopersanta poderá expandir o potencial público consumidor de aproximadamente 14 mil habitantes de Alto Paraná para os quase 12 milhões de paranaenses.
O diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir Cesar Martins, destacou a importância do Susaf para as pequenas agroindústrias, que representam cerca de 85% das propriedades rurais no Estado. “Se a gente olhar o Susaf de forma geral, temos mais de 195 municípios cadastrados, com mais de mais de 120 agroindústrias, a maioria de agricultura familiar, que hoje podem vender no Estado todo e isso, como consequência, aumenta a produção e expande este mercado”, afirmou.
COOPERSANTA– O frigorífico da Coopersanta abate atualmente 400 quilos de filé por dia, com possibilidade de ampliar para até 1 mil quilos. São oito pessoas que trabalham no setor industrial, mas há perspectivas de empregar mais sete. O investimento próprio foi de aproximadamente R$ 500 mil. Uma nova parceria, com a Itaipu, deve disponibilizar R$ 628 mil para equipar o frigorífico.
“Temos perspectiva de alcançar importantes mercados consumidores locais, e à medida que formos aumentando nosso abate e nossa capacidade logística buscaremos novos mercados em todo o Paraná”, disse a gestora da Coopersanta, Cristielly Alves. Segundo ela, um dos objetivos é ampliar e consolidar a presença em programas como o de alimentação escolar.
“Também esperamos que haja um aumento no interesse de produtores da região por implementar a cultura da tilápia em suas propriedades, uma vez que com a unidade de abate e o Susaf podemos garantir preços mais atrativos e uma maior rentabilidade”, completou.
HISTÓRICO – A Coopersanta nasceu a partir da produção de laranjas. Em 2023 os produtores cooperados entregaram 180 mil caixas à indústria de transformação, com tendência a crescimento. Recentemente foi contemplada com um caminhão sistema roll-on/roll-off, que torna mais ágil o trabalho de entrega das laranjas na indústria de transformação.
A cooperativa iniciou seus trabalhos em 2007. Hoje ela reúne 74 famílias dos municípios de Alto Paraná, Paranavaí, Cruzeiro do Sul, Paranacity e Amaporã e mantém a produção de laranja como principal foco. O suco é exportado para sete países.
Nos últimos 10 anos, decidiu adotar as boas práticas de governança e é auditada anualmente pela Flocert, a partir dos parâmetros do Fairtrade International e Organização Mundial do Comércio Justo (WFTO).
SUSAF– O Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf) é um programa do governo estadual criado em 2013, com a lei regulamentada em 2020. A adesão a ele é feita pelo município ou por consórcio de municípios, que garantem que o Serviço de Inspeção Municipal é de excelência e pode ser equiparado ao serviço oferecido pelo Estado.
As agroindústrias indicadas e certificadas podem vender para todo o Estado. O programa é destinado especialmente à agroindústria familiar e às de pequeno porte. Ao aderir ao sistema, as empresas se comprometem a seguir rigorosos padrões de produção e higiene, o que garante a segurança dos alimentos e a satisfação dos consumidores. A fiscalização é feita pelo poder público municipal.