Foram publicadas nesta quarta-feira (12), no Diário Oficial da União, as portarias com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a cultura da mandioca. Essa importante planta perene e tropical, que pertence à família botânica das Euforbiáceas, é cultivada nas mais variadas condições edafoclimáticas e em altitudes que variam do nível do mar a mais de 2 mil metros. Todas as unidades da Federação foram contempladas no novo estudo de Zarc.
A estimativa de área foi de 1,28 milhão de hectares para a produção de mandioca, de 19,4 milhões de toneladas, correspondente a crescimento de 1,9% em relação ao ano anterior, conforme dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do IBGE, de janeiro de 2020. A cultura é plantada em todo o país. Os estados produtores com maior destaque são: Pará, Paraná, São Paulo, Amazonas, Acre, Bahia, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.
Os novos estudos de Zarc para a mandioca classificam os riscos de produção conforme as condições térmicas e hídricas essenciais ao estabelecimento, enraizamento e ganho inicial de matéria seca nas raízes. Também foram considerados no modelo agroclimático as categorias de solo, conforme a capacidade de retenção de água associada a textura, e os materiais genéticos para propagação.
Para obter ganhos de produtividade e tornar a atividade mais rentável, além de seguir o calendário de plantio do Zarc, o produtor deve utilizar materiais propagativos indicados para cada região, realizar o manejo adequado do solo e aplicar práticas culturais que venham a tornar o cultivo da mandioca mais sustentável.
O diretor do Departamento de Gestão de Riscos, Pedro Loyola, destaca que o cultivo da mandioca é uma das atividades mais antigas e tradicionais no país. No caso da agricultura familiar, é uma importante cultura de subsistência, sendo fonte alimentar principalmente nas regiões Norte e Nordeste.
Originária da América do Sul, a mandioca (Manihot esculenta Crantz), também conhecida como macaxeira e aipim, constitui um dos principais alimentos energéticos para mais de 700 milhões de pessoas no mundo, principalmente nos países em desenvolvimento. Mais de 100 países produzem mandioca, sendo que o Brasil participa com 10% da produção mundial (é o segundo maior produtor do mundo).
De fácil adaptação, a mandioca é cultivada em todos os estados brasileiros, situando-se entre os oito principais produtos agrícolas do país, segundo dados da Embrapa Mandioca e Fruticultura.
Para que serve o Zarc?
O zoneamento tem o objetivo de reduzir os riscos relacionados aos problemas climáticos e permite ao produtor identificar a melhor época para plantar, levando em conta a região do país, a cultura e os diferentes tipos de solos.
O sistema considera elementos que influenciam diretamente no desenvolvimento da produção agrícola como temperatura, chuvas, umidade relativa do ar, ocorrência de geadas, água disponível nos solos, demanda hídrica das culturas e elementos geográficos (altitude, latitude e longitude). Os agricultores são obrigados a seguir as indicações do Zarc para se enquadrarem nas operações de crédito rural no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), e para acessar o Programa de Seguro Rural (PSR) do Mapa.
O Zarc foi publicado pela primeira vez na safra de 1996 para o trigo. Hoje, contempla os 26 Estados e o Distrito Federal, incluindo mais de 40 culturas.
Aplicativo Plantio Certo
Produtores rurais e outros agentes do agronegócio poderão acessar por meio de tablets e smartphones, de forma mais prática, as informações oficiais do Zarc. O aplicativo móvel Zarc Plantio Certo, desenvolvido pela Embrapa Informática Agropecuária (Campinas/SP), está disponível no sistema Android.
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