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Economia doméstica: 10 dicas para não se endividar em 2023

Planejamento financeiro ajuda a equilibrar o orçamento apertado; professor do UniCuritiba dá dicas para manter as contas em dia

23/01/2023 às 18h49
Por: Redação
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Oito em cada dez famílias brasileiras estão endividadas. Em novembro do ano passado, 78,9% dos lares brasileiros tinham dívidas atrasadas ou a vencer. Os inadimplentes somavam 30,3%, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Outro levantamento da Hibou, empresa de monitoramento de mercado e consumo, revela que 77% dos brasileiros adultos têm dívidas de mais de R$ 2 mil. As dívidas acima de R$ 15 mil tiram o sono de pelo menos 28% dos brasileiros.

Em 2022, o avanço da inadimplência foi maior entre os consumidores com renda de até dez salários-mínimos mensais. Destes, 34% chegaram ao fim do ano com dívidas em atraso.

Para equilibrar o orçamento apertado e evitar a bola de neve dos juros, o doutor em Administração, especialista em Marketing e consultor em vendas Sérgio Czajkowski Júnior dá algumas dicas.

“A primeira providência é usar o décimo terceiro e/ou outra bonificação recebida no final no ano para quitar à vista a maior quantidade possível de dívidas. Caso não seja possível, o mais interessante é revisar o parcelamento das dívidas em sintonia com uma renegociação dos juros”, ensina o professor do UniCuritiba – instituição que faz parte da  nima Educação, o maior e o mais inovador ecossistema de ensino do país.

Outra dica importante do especialista é: “Evite ao máximo o parcelamento da fatura do cartão de crédito e o uso do cheque especial, já que as taxas de juros costumam ser altas.” 

A orientação é pagar à vista as despesas do início do ano, como material escolar, IPTU, IPVA e outros impostos.

“Sempre que o consumidor tiver desconto em algum pagamento à vista, é melhor optar por essa modalidade. Muitas empresas oferecem descontos bastante atrativos”, completa Sérgio.

Planejamento financeiro

Um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese) aponta que o salário-mínimo ideal para cobrir todas as despesas familiares, sem endividamento, gira em torno de R$ 6 mil.

No Brasil, o novo valor (na casa de R$ 1,3 mil) obriga os brasileiros a aprimorarem o planejamento financeiro, equilibrando a renda e os gastos mensais. “A saída, definitivamente, não é o uso de cartão de crédito rotativo, muito menos o limite do cheque especial”, alerta Sérgio Czajkowski Júnior.

O primeiro passo para sair do vermelho é anotar todas as despesas mensais e os rendimentos. Priorizar o pagamento das contas fixas é fundamental. Outra medida é evitar compras por impulso que possam comprometer os recursos destinados às necessidades básicas como alimentação, luz, água, gás e educação. 

Rever os hábitos de consumo é sempre uma boa ideia. De acordo com o professor do UniCuritiba, isso contribui no planejamento financeiro. “O ideal é que as pessoas tenham como hábito controlar suas finanças e, se for o caso, juntar o dinheiro necessário para compras à vista, normalmente mais vantajosas. Além disso, é importante se manter fiel ao planejamento e não exceder o limite pré-determinado para cada despesa, sejam as necessidades básicas, lazer, compras ou investimentos.”

Alguns aplicativos ajudam na educação financeira e facilitam o controle das finanças domésticas. Entre eles estão o Mobills, Orçamento Fácil, Organizze, Minhas Economias, Money Lover, Monefy, CoinKeeper, Toshl Finance e Wisecash. As planilhas de excel e outras ferramentas de gestão e organização de tarefas, como Trello, Google Keep, Evernote, Minhas Metas etc., também são aliadas. Até mesmo um caderno ou agenda são bem-vindos. O importante é manter as despesas à vista.

Estratégias para manter as finanças em dia

Analise e reconheça a sua realidade financeira. É importante saber exatamente como andam as finanças, qual sua renda e quais as despesas da família.

Anote diariamente todas as suas despesas e gastos, por menores que sejam. Muita gente chega ao fim do dia sem se dar conta de onde ficou o dinheiro.

Separe as despesas por categorias, considerando as necessidades básicas, gastos supérfluos, dívidas em atraso e a vencer etc. Assim fica mais fácil fazer cortes no orçamento.

Planeje também os investimentos futuros, economize e só então destine parte da renda para as aquisições maiores. 

Sempre que possível, tenha um fundo de reserva, assim, em caso de emergências ou problemas, você terá recursos para arcar com as despesas essenciais sem se endividar.

Reveja seu comportamento e os hábitos de consumo. Fuja das compras emocionais e por impulso. Combine os novos procedimentos com os demais membros do núcleo familiar. O planejamento orçamentário deve estar embutido na rotina de toda a família. 

Pesquise preços e condições de pagamento antes de fazer uma compra. A diferença entre uma loja e outra pode surpreender. 

O preço dos produtos no e-commerce costuma ser menor do que nas lojas físicas. Se não tiver pressa em receber a mercadoria, utilize a internet como ferramenta de compra.

Lembre-se: o limite do cartão de crédito e do cheque especial não é dinheiro seu. Em caso de emergência, ele até pode ajudar, mas é fundamental avaliar se os juros valem a pena.

 Assim que possível, cubra o cheque especial e pague o cartão de crédito sempre à vista.

Tenha planos e metas claras. Antes de adquirir algo que não é prioridade ou de se endividar, seja realista. É preciso reconhecer sua realidade e fazer o planejamento financeiro de curto, médio e longo prazos adequados ao seu rendimento.

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