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Decretos aumentaram armas nas mãos do crime organizado

Investigações em quatro estados mostram que pessoas com registro de Caçador, Atirador e Colecionador (CAC) fornecem armas e munição a quadrilhas do “novo cangaço”

Redação
Por: Redação
11/09/2022 às 18h50
Decretos aumentaram armas nas mãos do crime organizado
Divulgação

As facilidades que o governo Bolsonaro criou para dar acesso a armas aumentam a violência e ajudam a abastecer o crime organizado. Em reportagem publicada neste domingo, O Globo conta que investigações feitas em quatro estados mostram relação entre pessoas com registro de Caçador, Atirador e Colecionador (CAC) junto ao Exército e o crime organizado.

“Investigações policiais de quatro estados mostram a atuação de CACs no fornecimento de armas e munição para quadrilhas especializadas em roubos de grandes quantias — como ataques a agências bancárias e transportadoras de valores e assaltos com domínio de cidades de pequeno e médio portes, modalidade conhecida como ‘Novo Cangaço’”, diz o jornal.

O grande aumento do número de armas e munição nas mãos dos CACs no governo Bolsonaro tem como origem decretos do presidente que ampliaram os direitos da categoria. Eram 117 mil integrantes, em 2018, e, em junho deste ano, o número subiu para 673 mil, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. O limite de armas por atirador passou de 16 para 60. O arsenal nas mãos da categoria passou de 350 mil para 1 milhão de armas.

Em entrevista ao jornal, o policial federal Roberto Uchôa, pesquisador sobre o assunto, diz que a série de decretos do governo sobre armas beneficiou o crime organizado. “Na festa das armas, o crime organizado é um dos convidados principais. Hoje, com a flexibilização das regras promovida pelo governo, existem diversas maneiras de armas compradas legalmente irem parar nas mãos de criminosos”, disse.

Retomada do Estatuto do Desarmamento

No encontro recente com governadores, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, da Coligação Brasil da Esperança, definiram as linhas gerais do programa para a segurança pública. Entre as prioridades, a recriação de um ministério específico para cuidar da área, assim como a instituição de um Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) e a retomada do Estatuto do Desarmamento .

O ex-presidente defende a necessidade de o país acabar com a violência e voltar a ter diálogo e viver em paz. Esse foi o tema do programa eleitoral no horário gratuito do sábado (10/08).

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