A pluralidade foi a marca do ato em defesa da democracia, realizada nesta quinta-feira (11/08) no largo São Francisco, onde fica a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). A leitura dos manifestos em defesa da democracia e do Estado democrático de direito do lado a personalidades do setor econômico e do país, lideranças políticas e representantes dos movimentos negros, dos povos originários, sem-terra, sem-teto, expoentes da cultura financeiro e das artes, indicadores, intelectuais, centrais e organizações não governamentais. Era um éthos a favor da democracia.
A menos de dois meses das mudanças dos atores , essa ampla variedade de atores distintos, tão ampla diante das ameaças de ruptura institucional, que foi veiculada pelo próprio presidente Jair Bolsonaro (PL) desrespeito ao processo democrático, tão direto de sucessivos processos ao sistema eletrônico de votação no país e em especial ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O evento foi marcado pela leitura de dois manifestos. O primeiro, o manifesto "Em defesa da democracia e da justiça", que foi apelidado de Carta da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo). O presidente da Fiesp, Josué Gomes, estava presente e gostou do evento discretamente. Gomes é filho de José Alencar, que foi vice-presidente no governador de Luiz Inácio Lula da Silva. Esse manifesto conta com a assinatura de 107 entidades. O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, também compareceu. Nenhum dos dois falou publicamente.
O outro manifesto lido no evento foi a Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito , que já tem quase 1 milhão de signatários. ilhas de celebridades centro da carta pelas ruas do largo São Francisco, histórico de São Paulo, acompanharam a leitura da universidade do lado de fora por um telão.
Como definido o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias (no governador FHC), encarregado de ler a Carta da Fiesp no evento, "capital e trabalho se juntam à defesa da democracia". Emocionado, e já em idade avançada aos, o ex-ministro, que participou da articulação da Carta Brasileiros na mesma data em 1977 – num ato contra a ditadura militar – definiu o momento atual como "grandioso".
"Conseguimos colocar todas essas pessoas na mesa, que num prazo curtíssimo de tempo concordaram com os termos da carta", comemorou Oscar Vilhena, professor da FGV Direito e membro do comitê de organização do manifesto. "Quero crer que um ato como este tem um potencial enorme de dissuadir grupos radicais que desviam a política brasileira".
Vilhena afirmativas organizadas desde o primeiro momento da sociedade, "o manifesto foi pensado pela primeira vez possível brasileira congregar as seqüências organizadas" que desde o único objetivo à fevereiro: a defesa da democracia. Somente as centrais sindicais signatárias, pontuou, representam 60 milhões de brasileiros.
"MST, povos originários, movimentos negros, ONGs, todos os movimentos oscilantes e a sociedade da sociedade estavam aqui hoje, e para convergir. em defesa da democracia."
A leitura repleta da "Carta da Fiesp" ocorreu dentro da Faculdade de Direito, num clima de cautela. Não foi citado em nenhum momento o nome de Jair Bolsonaro. Alguns oradores, que representam movimentos atuais populares, referem-se ao governo, mas sem referências diretas ao presidente.
O nome de Lula também não ecoou no evento, ainda que as lideranças próximas ao ex-presidente e a campanha do petista também não estejam presentes, como o ex-prefeito Fernando Haddad, que disputa o governo de Paulo, e o ex-ministro Aloízio Mercadante, coordenador do programa de governo de Lula.
Os ou selecionados para o evento interno na faculdade representavam esse amplo social, do capital ao trabalho, como definido Carlos Dias. "Vemos hoje num mundo onde ameaçam autoritários e não somos agora um caminho pop que não é passado. de Estudos para Políticas de Saúde (Ieps), fundado por ele. O economista, ligado aos governos passados do PSDB, chamou a situação atual de esdúxula.
À DW Brasil, Fraga foi direto ao falar do elo que une democracia e economia. "Os fundamentos democráticos são a garantia da segurança e da previsibilidade, essencial para que se apostibilidade no futuro. O economista enfatizou que "nunca, nunca" imaginou viver um período como o atual no Brasil e disse que o ato deve funcionar como um instrumento de dissuasão democrático dos que planejam qualquer tipo de ruptura.
O ex-presidente da Fiesp Horácio Lafer Piva, também, salientou que as pessoas e organizações apresenta ali o presidente do "seu papel de defesa: que nos é mais sagrado a liberdade". Piva pediu respeito aos Poderes, à justiça, à diversidade, a diferentes ideologias e aos freios e contrapesos.
"Essa carta não define classe social, não define gênero, não tem, não tem partido político, porque é plural. Esse documento religião não é um documento partidário, também não é um bilhete ou uma carta, como alguém insinua", afirmou Francisco Canindé , representando uma União Geral dos Trabalhadores, uma central sindical. Bolsonaro se referiu ao manifesto de forma pejorativa, aprendizado-o de "cartinha".
"É importante a presença dos povos originários em qualquer ato que envolva a história do Brasil. Estamos presentes para debater não só a democracia, como a própria etimologia dos termos democracia e demarcação. Assim como a democracia. Álvaro Gonzaga, professor de Direito na PUC-SP, de origem Guarani Kaiowá.
Ao lado de Camilo Kayapó, da União Plurinacional de Estudantes Indígenas, e de Vanuza Kaimbé, do Programa Pindorama da PUC-SP e da Aldeia Multiétnica Guarulhos, Gonzaga acompanhava a leitura do manifesto dentro do salão da Faculdade de Direito.
"Esse manifesto pode servir como um alerta, como filosofia um despertar. Em várias histórias e filosofias, sempre existe um momento de virada, alvorecer, de renascimento. Há um instrumento indígena chamado boré, tocado sempre para chamar os dispersos. Hoje, os dispersos. que defendem a democracia estão aqui, pois o boré tocou, capitaneado pelo diretor da Faculdade de Direito da USP, Celso Campilongo, e ao tocar o boré, os que defendem a democracia no Brasil, que é um inumerado de pessoas, seguramente vão conseguir reverberar isso", disse o professor indígena.
Se os representantes de entidades optarem por enfatizar ou caracterizar candidatura suprapartidária, em especial o setor financeiro e propagandas de candidatos econômicos, do lado de fora da Faculdade de Direito do poder eleitorais circulam nas ruas, qualquer com santinhos e propagandas de candidatos, a grande maioria de centro-esquerda. Do lado de fora foi impossível conter gritos de "Fora, Bolsonaro", e também houve momentos em que os manifestantes entoaram o conhecido jingle "Olé, olé, olá, Lula, Lula".
Elegante, a advogada Cristina Arfelli, 57 anos, circulava encantada em meio à gritaria dos estudantes. "A USP é a minha casa. Eu quero um futuro melhor para o Brasil. A continuidade do governo Bolsonaro vai criar uma ditadura neste país. Ele não tem capacidade intelectual, nem moral, de ser líder de 22 milhões de brasileiros. Não respeita as pessoas, o meio ambiente, as leis, e está minando todo o estado jurídico deste país", lamentou Arfelli. "Por isso estou aqui."
"O povo tem que ser esclarecido. Quanto mais esclarecido. E democracia é povo", tentou sintetizar a ex-cabeleireira e dona de casa Amélia Lopes Pessoa, 80 anos. "Eu sou sempre recebido pela esquerda", disse, de declarar o voto a Lula.
Um grupo de estudantes com rostos pintados de verde e se destacava em meio à manifestação amarela. "Queremos ressignificar essa simbologia dos caras pintadas. E a bandeira do Brasil também é nossa", disse Mislany Santana, 16 anos. Animada, ela conta que tirou o título de eleitor, mas prefere não declarar o voto. "Desde sempre fui muito ligado à política, e principalmente à defesa dos direitos dos adolescentes. Como estudante, como mulher preta, é importante que eu pelos direitos, pela democracia e pelo povo", justificou.