Uma operação policial no Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira (21), terminou em pelo menos 20 mortos.

A Polícia Militar (PM) divulgou um balanço de cinco mortos. Segundo o assessor de comunicação da corporação, o tenente-coronel Ivan Blaz, os mortos contabilizados pela polícia eram um PM, três bandidos e uma vítima.

Porém, ao longo da tarde, a ouvidoria da Defensoria Pública do estado e a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) confirmou outras 15 mortes. O número exato de mortos ainda não foi confirmado.

A operação mobilizou 400 agentes da polícia, quatro helicópteros e 10 veículos blindados. Segundo a PM, o objetivo da operação era conter o roubo de veículos, de carga e a bancos. Segundo noticiou o Globo, o Ministério Público do Rio afirmou que foi informado de que haveria uma operação da polícia no Complexo do Alemão nesta quinta-feira. O órgão informou que está apurando possíveis abusos de poder e autoridade por parte dos agentes.

Fotos de corpos sendo retirados do complexo percorreram o mundo. Uma moradora disse, em entrevista a Associated Press, em condição de anonimato, que os agentes "não estavam permitindo que os moradores prestassem socorro às vítimas". "É um massacre que eles estão chamando de operação", disse a moradora.

A Polícia Militar do Rio é constantemente criticada pela letalidade em suas operações. Em maio de 2021, uma operação, no Jacarezinho, terminou com 28 mortos.

Segundo um estudo do Instituto Fogo Cruzado, em 2021, foram registrados 4.653 tiroteios na cidade, uma média de 13 por dia, com um resultado de 2.098 pessoas baleadas. Deste total, 1.342 (64%) foram atingidas em operações policiais.