Em 86 nações, as mulheres têm algum tipo de restrição para alcançar direitos iguais. E 95 falham em dar garantias sobre pagamentos iguais para o mesmo trabalho feito por homens e mulheres.
Mas o Banco Mundial afirma que existe uma esperança de mudança pelo menos em 23 países, que no ano passado, conseguiram melhorar leis para avançar a inclusão econômica. Dentre eles, está a nação africana de língua portuguesa, Angola, que tornou um crime o assédio sexual no trabalho.
A vice-presidente do Parlamento angolano, Emília Carlota Dias, disse à ONU News, antes da divulgação do relatório, que os homens devem investir mais na parceria com as mulheres para o bem de todos.
“A situação da paridade vai trazer outros problemas, porque os homens vão achando que nunca vão conseguir porque têm que estar representadas as mulheres. Mas a nossa voz tem que ser ouvida. Nós temos exemplos de grandes mulheres e de heroínas.”
Em todo o mundo, as mulheres têm somente 75% dos direitos dados aos homens. Uma marca de 76,5 de uma possibilidade de 100, que seria a completa paridade.
A diretora de políticas de desenvolvimento e parcerias, Mari Pangestu, disse que apesar do progresso, o abismo entre mulheres e homens é de US$ 172 trilhões, quase o dobro do Produto Interno Bruto, PIB, mundial. Para ela, é preciso alcançar um desenvolvimento inclusivo e verde e os governos têm que apressar o ritmo das reformas legais para que as mulheres possam atingir o seu potencial.
O relatório do Banco Mundial mensura ainda leis e regulações em 190 países e oito áreas que impactam a participação econômica feminina, mobilidade, local de trabalho, pagamento, casamento, maternidade, empreendedorismo, ativos e aposentadorias. Esses dados dão uma clara ideia sobre o avanço nos direitos femininos.
Apenas 12 países, todos membros da Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Europa, OCDE, têm paridade de gênero. Um programa-piloto em 95 países examina aspectos como creche e empregos assalariados e se as leis são realmente postas em prática.
Muitas reformas focam em proteção de assédio sexual no trabalho, proibição da discriminação, aumento de férias pagas para novos pais e a remoção de restrições de trabalho para mulheres.
A vice-presidente e economista-chefe do Grupo Banco Mundial, Carmen Reinhart, afirmou que as mulheres não poderão alcançar igualdade no local de trabalho, se elas tiverem numa situação de desvantagem em casa.
Em todo o mundo, 118 países garantem 14 semanas de licença-maternidade. Mais da metade, 114, também pagam licença para os pais, mas a duração média é de uma semana.