A pesquisa eleitoral é um mecanismo confiável de informação para os eleitores. A elaboração desse tipo de estudo exige rigor científico e obedece critérios estabelecidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No entanto, há quem coloque em xeque os resultados, por não compreender como o levantamento informa a intenção de voto dos brasileiros, sendo que alguns nunca foram entrevistados para esse tipo de levantamento. A resposta está nos fundamentos da estatística.
O Brasil possui 147,9 milhões de eleitores aptos a votar, segundo dados divulgados pelo TSE em 2020. Nos estudos estatísticos, esse total corresponde ao universo de uma pesquisa eleitoral. Porém, é impossível coletar as informações de cada um desses eleitores. Desta forma, outros conceitos vêm à tona: amostra e amostragem.
A amostra é um recorte sociodemográfico que possibilita a compreensão do comportamento de uma população através de uma parte dela. Assim, numa pesquisa para presidente, apenas uma parcela dos eleitores é ouvida, mas os estudos estatísticos garantem que esse público reflita a opinião do todo.
Nesse contexto, é aplicado o conceito de amostragem, que na estatística, significa o processo para selecionar uma amostra.
O Centro de Apoio à Pesquisa no Complexo de Saúde da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CAPCS–UERJ) disponibiliza informações sobre os tipos de amostragem usados na área científica. São apontadas cinco técnicas.
A primeira delas é a amostragem aleatória simples, que consiste na escolha de indivíduos por acaso. Para a realização desse processo pode ser utilizada uma tabela de números aleatórios ou programas de computador.
Outra técnica empregada por pesquisadores é a amostragem aleatória sistemática que, na prática, é uma variação do modelo anterior. É possível realizá-la quando o universo da pesquisa está naturalmente ordenado em fichas, lista telefônica ou outro material similar.
Já a amostragem estratificada é usada em pesquisas nas quais há o entendimento de que o universo pode ser dividido em grupos e que essa divisão interfere no resultado do estudo. Por isso, a amostra deve garantir a representatividade desses grupos.
A amostragem por conglomerados também é um processo que parte da existência de grupos dentro da população pesquisada. No entanto, esses grupos já contêm a variabilidade do universo, portanto, o levantamento pode ser realizado com apenas alguns desses conglomerados.
Há, ainda, a amostragem não probabilística em que a seleção é feita por um processo que não dá a mesma oportunidade de participação para todos os indivíduos. De acordo com o CAPCS–UERJ, é comum em estudos clínicos.
No caso de uma pesquisa eleitoral, como as realizadas por grandes institutos como Ibope e Datafolha, a amostra é selecionada a partir da combinação de duas técnicas de amostragem: estratificada – para garantir a representatividade dos eleitores brasileiros – e aleatória simples para a forma de coleta dos dados.
As pesquisas eleitorais devem obedecer às exigências da Lei das Eleições (Lei n.º 9.504/1997) e da Resolução n.º 23.600/2019 do TSE. Os estudos devem apresentar o nome do estatístico responsável, a metodologia, o período e o local de coleta, o total de participantes, a margem de erro, dentre outras informações.
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