A paternidade ativa tem ganhado lugar nas famílias. O processo de educação e crescimento dos filhos, papel que antes era ocupado apenas pelas mães, hoje já é diferente em diversos lares.

Ainda que não seja de forma macro, a transformação vem acontecendo e trazendo benefícios nessa relação de pais e filhos.

Luciano Ramos, consultor Sênior de Programas do Instituto Promundo, organização que tem como missão trabalhar com homens e meninos outras possibilidades de exercício da masculinidade, destaca que a paternidade faz com que os pais revejam sua posição no mundo.

“É um portal aberto para o cuidado, para pensar e estabelecer formas de cuidado e formas de educação, como o fato de que homens podem e devem cuidar e podem e devem desenvolver habilidades de exercício da tarefa do cuidado com a criança desde o momento do parto, desde a gestação, passando pelo parto e pós-parto”.

Segundo Marcos Piangers, comunicador, palestrante e produtor de conteúdo sobre paternidade, apenas algumas bolhas discutem o tema. “Lamentavelmente a esmagadora maioria da parcela masculina da sociedade ainda não celebra a paternidade como uma chance de transformação e de buscar a equidade de gênero, uma vida mais equilibrada e menos competitiva, menos autodestrutiva, menos violenta”, ressalta.

A reconstrução da figura paterna diferente de anos atrás em que o homem era o provedor é possível, afirma Kayê Conforto, ator, palhaço e psicólogo. “A paternidade dói porque ela pega onde machuca. Sofremos às vezes e nos vemos repetindo padrões que a gente não gostaria de repetir, mas tudo isso é possível quando você ama aquela criança e você cria vínculo com ela, é o ponto mais importante da paternidade para os dois lados, não só do pai para criança, mas da criança para o pai também, criando esse vínculo o amor flui”, enfatiza.

“A mulher talvez tenha o instinto mais aguçado porque ela se ouve, ela tem essa relação com o corpo, a gravidez, a amamentação, e nós homens ficamos um pouco contra falar de sentimentos, contra chorar e cuidar do corpo. Nós também podemos desenvolver esse autocuidado para poder ser um cuidador melhor e nesse processo desenvolver também o instinto”, acrescenta Piangers.

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