Uma investigação de cinco meses concluiu nesta terça-feira (3) que o governador de Nova York, Andrew Cuomo, assediou sexualmente mulheres e violou leis federais e estaduais, criando um "ambiente de medo" no local de trabalho.
A investigação independente, conduzida pelos advogados Joon H. Kim e Anne L. Clark, nomeados pela procuradora-geral de Nova York, a democrata Letitia James, começou em março após duas ex-assessoras acusarem Cuomo, que está no cargo desde 2011, de assediá-las e entrevistou 178 pessoas, e determinou que as ações de Cuomo em relação a 11 mulheres, muitas das quais funcionárias do governo estadual, violaram várias leis estaduais e federais.
"O que essa investigação revelou foi um padrão de conduta perturbador do governador do grande estado de Nova York [...]. Essas 11 mulheres estavam em um ambiente de trabalho hostil e tóxico", afirmou Letitia James, citada pela agência Reuters.
Logo após a publicação das descobertas dos investigadores independentes, o governador democrata alegou nunca ter tocado em ninguém de forma inadequada.
"Quero que saibam diretamente por mim que nunca toquei em ninguém de forma inadequada ou fiz avanços sexuais inadequados [...]. Tenho 63 anos. Vivi toda a minha vida adulta em público. Isso não é quem eu sou e nunca fui", afirmou Cuomo em um discurso transmitido na televisão.
O governador de Nova York também revelou que seu advogado "deu uma resposta a cada alegação e os fatos são muito diferentes do que foi retratado".
A secretária de Imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou: "Não sei se alguém poderia ter assistido esta manhã [às declarações de James] e não ter achado as alegações abomináveis. Eu sei que eu achei".
Durante uma coletiva de imprensa, o presidente Joe Biden disse que achava que Cuomo deveria renunciar.
A presidente da Câmara dos EUA, a democrata Nancy Pelosi, pediu ao governador de Nova York que renunciasse.
"Reconhecendo seu amor por Nova York e o respeito pelo cargo que ocupa, peço ao governador que renuncie", disse Pelosi em comunicado.
O líder da maioria no Senado norte-americano, Chuck Schumer, e a senadora Kirsten Gillibrand, ambos democratas e representantes de Nova York, também divulgaram uma declaração pedindo a Cuomo para renunciar, acrescentando que o povo de Nova York merece uma liderança melhor e nenhum funcionário eleito está acima da lei.