A criação da Associação de Mulheres Rurais de Chopinzinho, oficializada em 1987, foi um marco para a agricultura familiar do Sudoeste do Paraná. Na época com 62 participantes, a entidade já buscava maior reconhecimento e valorização da mulher rural. Hoje com 182 associadas, colhe os resultados de anos de esforço e organização. Com apoio do Governo do Estado, elas conseguiram ampliar seu espaço e a estrutura para trabalhar, e agora desejam aumentar a comercialização dos produtos.
Quem conta essa história é Evanir Acorsi, presidente da entidade. “No início, tínhamos dificuldades até com os próprios esposos, porque naquela época, há 34 anos, não se aceitava uma associação só de mulheres”, diz. Também havia dificuldades financeiras, contornadas com a organização de rifas, jantares e feiras de bolo tipo cuca e pastéis. Sem os equipamentos necessários, a cozinha na sede era pequena até para realizar os cursos de capacitação.
Hoje, a Associação tem espaço próprio para suas atividades, como a Feira de Produtos Coloniais, que acontece semanalmente. “Essa feira era feita na calçada. Com o passar do tempo, improvisamos um espaço melhor e já temos nosso próprio local, cada uma com seu box”, diz a presidente.
A renda de 41 associadas também vem do fornecimento de produtos para a merenda, pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). “O desafio agora é aumentar cada vez mais a Associação, trazer inovação, aumentar a produção e a qualidade dos produtos a serem entregues”, afirma Evanir.
O Governo do Estado participa com ações para fortalecimento desse grupo, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento e do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná).
Segundo Evanir, recursos de programas como oCoopera Paranásão muito importantes para o desenvolvimento dos trabalhos. No ano passado, R$ 419 mil foram de extrema importância para o desenvolvimento dos trabalhos e melhorias na sede.
“Crescemos muito. A entidade não tinha ajuda de nenhum órgão e tudo ficava só no sonho. Quando começaram a vir esses projetos os sonhos foram realizados”, acrescenta.
ESTRUTURA– Com os recursos do Governo do Estado também foi possível equipar a cozinha industrial da Associação. Nesse espaço, é realizada uma feira de cuca, que ajuda com as despesas. São vendidas até 360 por dia, todas produzidas pela diretoria da entidade.
“Com a cozinha nova conseguimos nos organizar melhor e trabalhar com mais facilidade. Agora estamos esperando um novo projeto para fazer ampliação da casa, porque já está ficando pequena”, completa Evanir.
A extensionista rural do IDR-Paraná Márcia de Andrade explica que os equipamentos colaboraram para profissionalizar os trabalhos de panificação, geleias, compotas, e o armazenamento dos produtos da merenda.
“Tínhamos produtores que produziam pão para merenda em fornos pequenos. Agora, conseguiram fornos maiores, amassadeira, cilindro, tudo para ter a proporção de produtos que precisam, economizando tempo e dinheiro”, diz.
DESENVOLVIMENTO– A agropecuária de Chopinzinho, com Valor Bruto da Produção (VBP) de aproximadamente R$ 568 milhões, é formada principalmente por pequenas propriedades produtoras de grãos, frango de corte e leite – sendo um dos principais produtores do Sudoeste – e com uma forte agroindústria. O apoio via programas estaduais tem sido fundamental para o desenvolvimento da economia da região.
No caso da Associação de Mulheres Rurais de Chopinzinho, agora os novos desafios são a ampliação da comercialização, a busca por maior valor agregado – aproveitando o aumento da procura por produtos artesanais –, e a atração de jovens para o trabalho no campo e no atendimento ao público nas feiras.
As produtoras já estão se organizando com projetos de fornecer alimentos para merenda escolar para cidades vizinhas. Esses novos projetos também contam com a parceria do governo estadual. “A comercialização tem sido ampliada pelos mercados institucionais. E nós oferecemos apoio na parte burocrática dos projetos de merenda e também junto aos programas estaduais, como no caso do Coopera Paraná”, completa a extensionista do IDR-Paraná.