O governo da Coreia do Sul anunciou nesta terça-feira (29/06) a decisão de desenvolver um escudo aéreo nos moldes do chamado Domo de Ferro de Israel, voltado para a interceptação de possíveis mísseis lançados a partir da Coreia do Norte.
O sistema de defesa de 2,56 bilhões de dólares (em torno de 12,6 bilhões de reais) deve começar a ser desenvolvido no ano que vem, e a conclusão está prevista para 2035, segundo o Ministério da Defesa do país.
O ministério afirmou que enquanto sistemas já em uso foram projetadas para mirar mísseis balísticos de curto alcance vindos da Coreia do Norte, o novo sistema terá como objetivo proteger contra artilharia de longo alcance e lançadores múltiplos de foguetes.
O escudo é "projetado para contar com um sistema de interceptação com nossa própria tecnologia, para reforçar nossas capacidades de combater as ameaças da artilharia de longo alcance e proteger instalações militares e infraestruturas essenciais", explicou o Ministério.
O conceito do sistema de defesa se assemelha ao do Domo de Ferro israelense, instalado para deter ataques vindos do território palestino, mas terá custos mais elevados e tecnologias mais avançadas, segundo um porta-voz do Exército sul-coreano.
Enquanto o escudo israelense, segundo o porta-voz, reage a "foguetes lançados de forma esporádica", o sistema sul-coreano "será projetado para interceptar artilharias de longo alcance a partir da Coreia do Norte, o que exige um alto nível tecnológico, dada a atual situação de segurança".
O Ministério sul-coreano da Defesa acredita que a Coreia do Norte mantenha de prontidão em torno de mil peças de artilharia ao longo da demarcação que separa as duas Coreias, entre estas, lançadores múltiplos apontados diretamente para a capital Seul e sua região metropolitana.
Enquanto isso, o regime de Pyongyang vem avançando no desenvolvimento de armas convencionais e exibiu novos tipos de mísseis balísticos de curto alcance, além de lançadores de foguetes, em suas paradas militares mais recentes.
O regime norte-coreano não comenta publicamente sobre seu arsenal militar, mas especialistas acreditam que a maioria das 13,6 mil peças de artilharia e lançadores múltiplos de foguetes estaria posicionada próximo à fronteira, a cerca de 40 quilômetros de Seul.
A decisão de desenvolver o escudo antiaéreo ocorre após o esfriamento do diálogo intercoreano e com os Estados Unidos para a desnuclearização da Península da Coreia.