Os senadores defenderam, na manhã desta terça-feira (29), a prorrogação dos trabalhos da CPI da Pandemia. O presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), anunciou nas redes sociais que o requerimento de prorrogação conta com 31 assinaturas, quatro além do mínimo necessário. O colegiado teria até o dia 7 de agosto para concluir seus trabalhos, mas a ideia é que seja prorrogada por mais 90 dias.
O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), disse que não se trata apenas de uma ampliação de prazo, mas da oportunidade de aprofundar as investigações sobre indícios de crimes graves.
— Precisamos de mais algum tempo. O pedido é por mais 90 dias, mas a expectativa que nós temos é que não vamos gastar esse tempo todo — afirmou Renan.
Renan ainda negou que já exista uma definição sobre o funcionamento da CPI durante o recesso parlamentar, mas opinou pela continuidade dos trabalhos, já que “não é comum dar recesso a uma investigação”. Ele ainda defendeu a convocação do deputado Ricardo Barros (PP-PR), que supostamente estaria por trás das pressões em torno da compra das vacinas Covaxin.
O senador Otto Alencar (PSD-BA) disse que a prorrogação, diante dos fatos levados à CPI nos últimos dias, é importante para que a investigação seja aprofundada. Ele citou, de forma específica, a compra das vacinas da Covaxin como um ponto que merece mais investigação.
Para o senador Humberto Costa (PT-PE), a prorrogação da CPI é uma necessidade, principalmente diante dos indícios de corrupção e irregularidades nos processos de compra de vacinas e insumos. Segundo o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), a prorrogação da CPI é natural e importante, principalmente agora que a comissão começa “a chegar a estados e municípios”.
— Temos que apurar o que ocorreu nos outros estados, além do Amazonas. Temos requerimentos nesse sentido — destacou.
A CPI da Pandemia ouviu, nesta terça, o deputado estadual do Amazonas Fausto Júnior (MDB). Os senadores avaliaram que o foco ficou em questões locais. O senador Telmário Mota (Pros-RR) chegou a dizer que a CPI está perdendo seu foco. Ele disse que o depoimento do deputado Fausto Júnior e as manifestações de alguns senadores transformaram o dia da comissão em uma “disputa paroquial”, com foco no Amazonas.
Na mesma linha, o senador Izalci Lucas apontou que o foco foi nas questões locais do estado e da capital, Manaus. Ele afirmou, porém, que os desvios no Amazonas ocorreram também em outros estados. Segundo o senador Humberto Costa, o depoimento do deputado Fausto Júnior indica a aplicação inadequada dos recursos federais no estado. Ele ainda disse estranhar o fato de uma CPI da Assembleia Legislativa do Amazonas não ter indiciado o governador do estado, Wilson Lima, “no que parece ser um processo de blindagem”, avaliou.
Mín. 17° Máx. 30°