Depois de ter a casa em que mora alvejada por tiros há duas semanas, o repórter árabe Hassan Shaalan, que trabalha no Yediot Aharonot, um dos veículos de maior tiragem de Israel, teve a casa para onde iria se mudar atingida por uma bomba. Apesar dos danos materiais não houve feridos, já que a família ainda não está morando no imóvel.
A Federação Internacional dos Jornalistas (IFJ) pediu às autoridades israelenses que investiguem os ataques e tomem medidas urgentes para garantir a segurança de Shaalan e sua família. O secretário-geral da IFJ, Anthony Bellanger, disse:
“As autoridades israelenses devem garantir que esses ataques sejam investigados minuciosamente e que os agressores sejam punidos por seus crimes. ”
A organização Repórteres sem Fronteiras também se manifestou sobre o atentado:
O jornalista investigou o crime organizado em cidades árabes israelenses, e recentemente cobriu a onda de motins que eclodiram em bairros e cidades árabes, em maio, durante a operação militar israelense “Guardião das Muralhas”.
Para Hassan Shaalan, não há dúvida de que esses ataques são direcionados e vinculados ao seu trabalho jornalístico. Durante o ataque armado, ele ouviu os agressores gritando seu nome.
“Esses criminosos queriam mandar uma mensagem – é melhor você ficar calado. Eles não querem que relatemos o que está acontecendo na sociedade árabe. Não tenho medo de ninguém. Continuo trabalhando normalmente”.
A polícia israelense abriu uma investigação sobre o tiroteio e a explosão, mas nenhum suspeito foi preso.
Hassan Shaalan já recebeu várias ameaças de morte e sofreu ataques das forças de segurança israelenses enquanto fazia seu trabalho. Ele denunciou a impunidade da violência policial contra jornalistas.