Em pronunciamento nesta quarta-feira (16), o senador Paulo Paim (PT-RS) declarou que a possível privatização da Eletrobras é um “crime de lesa-pátria”, que vai contra a soberania energética do país. Ele disse que o assunto precisa ser objeto de um amplo debate, com a participação de várias entidades e representantes da sociedade. O senador criticou a medida provisória que trata do tema (MP 1.031/2021), já aprovada pela Câmara dos Deputados e que começa a ser debatida nesta quarta-feira no Plenário do Senado.
Paim afirmou que essa proposta retira R$ 600 bilhões dos consumidores ao longo de 30 anos de concessão. Segundo ele, entre 2013 e 2018 a capacidade instalada no Brasil cresceu 70% no setor. Também disse que a Eletrobras tem capacidade de gerar 30,1% da energia e possui 44% das linhas de transmissão do país.
— Sendo assim, por que privatizá-la? A privatização aumenta o custo e vai provocar forte aumento das contas de energia, que vai onerar, prejudicar, as famílias e as empresas brasileiras.
O senador afirmou que só os chamados “jabutis” (os dispositivos inseridos em uma proposta apesar de serem alheios ao seu tema principal) acrescentados na Câmara custarão R$ 41 bilhões e que isso representaria um aumento de 10% na conta dos consumidores de energia elétrica.
Para Paim, a privatização é desnecessária porque a Eletrobras é uma empresa que está em boa situação e gera lucro. Ele argumentou que, se essa medida provisória for aprovada pelo Congresso, isso representará um passo na contramão do que está sendo feito na Europa, onde, segundo ele, mais de 800 empresas anteriormente privatizadas voltaram ao âmbito do Estado, pois os serviços que estavam sendo prestados aos consumidores eram de má qualidade e altos preços.