O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Pandemia, anunciou que vai requerer depoimento em reservado do ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel. A possibilidade do depoimento reservado foi levantada pouco mais de uma hora depois do início do depoimento de Witzel à CPI, nesta quarta-feira (16).
— Acho que têm informações complementares que Sua Senhoria pode prestar a esta CPI — justificou Randolfe.
O ex-governador vinha acusando o presidente Jair Bolsonaro de boicotar o trabalho de estados e municípios no combate à pandemia. Witzel foi afastado do governo do Rio de Janeiro em agosto de 2020, por decisão do Superior Tribunal de Justiça, em meio à investigação de irregularidades na contratação de hospitais de campanha e na compra de respiradores e medicamentos para a covid-19.
O incidente que levou à proposta de depoimento reservado começou após uma intervenção do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ). O advogado Diego Carvalho Pereira, que estava acompanhando Witzel, pediu a retirada de deputados federais presentes à sala. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), indeferiu o pedido, alegando o direito regimental dos deputados de assistir à reunião.
Em seguida, Randolfe Rodrigues invocou a possibilidade do depoimento reservado. Witzel dispôs-se a depor nessas condições. Flávio Bolsonaro disse que "reservado ou público", estaria presente ao depoimento. O relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), perguntou a Witzel se ele se sentia intimidado:
— Há um clima intimidatório claro — disse Renan. — E precisamos ouvir o depoente se ele se sente à vontade para prosseguir dessa forma ou não.
O ex-governador respondeu que não se deixaria intimidar e que aceitaria a presença de Flávio Bolsonaro num depoimento reservado.
Witzel depunha resguardado por um habeas corpus (HC) do ministro do STF Nunes Marques, que permitia ao depoente não comparecer. Witzel valeu-se do HC pouco depois das 14h para encerrar seu depoimento.