Cohen compartilhou detalhes sobre uma operação israelense em 2018 que resultou, como afirma Tel Aviv, na obtenção de documentos secretos iranianos que, supostamente, provavam que Teerã buscava desenvolver armas nucleares.
Em julho de 2020, uma explosão misteriosa destruiu a montagem da centrífuga avançada na instalação nuclear de Natanz, que o Irã mais tarde atribuiu a Israel. Em abril deste ano, outra explosão destruiu uma das salas de enriquecimento subterrâneas da mesma usina. O ex-chefe do Mossad não reivindicou diretamente estes acontecimentos, mas sua especificidade, de certo modo, poderá o ter denunciado.
Adicionalmente, vários relatos da mídia teriam sugerido que o Mossad estaria por trás do assassinato do principal cientista nuclear da República Islâmica, Mohsen Fakhrizadeh, morto no final de novembro do ano passado.
Ante tal informação, Teerã acusa Yossi Cohen de "ameaçar os cientistas nucleares iranianos." Shahrokh Nazemi, um porta-voz da missão do Irã na ONU, também acusou Israel de "sabotagem criminosa" por seus alegados ataques às instalações nucleares do país.
"Esta ilegalidade chegou a um ponto em que o ex-funcionário desse governo [Israel] está ameaçando de morte de forma desavergonhada e descarada nossos cientistas nucleares [...] Esta loucura não pode ser tolerada", declarou Nazemi, citado pelo The Times of Israel.
Ao mesmo tempo, o embaixador iraniano na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Kazem Gharibabadi, sublinhou que os ataques vindos do Estado judeu "não só receberão uma resposta decisiva, como também não deixarão, por certo, outra opção para o Irã senão reconsiderar suas medidas de transparência e política de cooperação".
Já é conhecido que Israel não aceita o programa nuclear iraniano, considerando-o uma grande ameaça para sua segurança, mesmo após a nação persa ter, por várias vezes, garantido que apenas estaria desenvolvendo suas capacidades nucleares para fins civis.