Em pronunciamento nesta terça-feira (8), o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) afirmou que a CPI da Pandemia tem apresentado um "viés político-eleitoral" por concentrar as investigações nas ações e omissões do governo federal e ignorar os atos de corrupção cometidos nos estados e municípios.
Ele disse que o presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), manteve encontros com políticos oposicionistas, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador de São Paulo, João Doria. Girão também disse haver “conflito de interesses” no caso do relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), por ser o pai do governador daquele estado, Renan Filho, que para ele poderia ser um dos alvos das investigações.
O senador qualificou o que se viu até agora na CPI de “show de horrores” e disse haver diferença de tratamento dada aos depoentes, sejam oposicionistas ou favoráveis a políticas governamentais, como o chamado "tratamento precoce" da covid-19. Ele mencionou o depoimento da médica Nise Yamaguchi, que foi convocada pela CPI para explicar sua atuação junto ao governo Bolsonaro.
— Não ouviram o que ela tinha a dizer, não deixaram ela responder. Era um tratamento jocoso. A mesma forma que aconteceu com a doutora Mayra Pinheiro, um tratamento pejorativo. Aí você compara no dia seguinte, nada como um dia atrás do outro, e você vê o que aconteceu com a doutora Luana Araújo, só faltaram entregar flores. Um jogo combinado, um discurso político — afirmou Girão, para quem a população tem perdido o interesse pela CPI, que não estaria funcionando como esperavam os cidadãos.