A polícia italiana desmantelou um grupo neonazista suspeito de ter espalhado propaganda antissemita e racista nas redes sociais, segundo comunicado da própria polícia nesta segunda-feira (07/06).
O grupo era formado por 12 pessoas, com idades entre 26 e 62 anos, e estava presente no Facebook e na rede social russa VK sob o nome de "Ordine Ario Romano" (Ordem ariana romana, em tradução livre), segundo o comunicado da Carabinieri, uma das quatro forças armadas da Itália e similar à Polícia Militar no Brasil.
Com publicações com conteúdo "inspirado nas ideologias nazistas, antissemitas e de negação do Holocausto, bem como nas teorias da conspiração antissemitas", o grupo pregava a violência contra judeus e estrangeiros, acrescentou o comunicado.
Os membros do "Ordine Ario Romano" também estariam nos estágios iniciais de planejamento de um ataque com explosivos caseiros contra um local não identificado da Otan. A polícia italiana afirmou que a operação contava com a ajuda de extremistas de direita de Portugal.
As investigações estavam em andamento desde 2019 e ocorreram na Sardenha, em Roma e Milão, entre outras localidades. Os membros do grupo foram acusados de formar uma organização criminosa com o objetivo de divulgar propaganda nazista e de incitação com motivos de discriminação étnica e racial. Eles foram obrigados a comparecer regularmente à polícia enquanto prossegue a investigação.
Segundo relatos da imprensa italiana, uma das pessoas alvo da operação policial foi Francesca Rizzi, uma mulher de 39 anos que já havia sido investigada anteriormente por seu extremismo de direita. De acordo com o jornal La Repubblica e outros veículos italianos, Rizzi, que tem uma águia nazista e uma suástica tatuadas nas costas, venceu o concurso "Miss Hitler" organizado na rede social VK em 2019.
Na Itália, o extremismo de direita é um fenômeno marginal que tem suas raízes na ditadura fascista do país, de 1922 a 1943, sob Benito Mussolini.
Em 2018, um simpatizante das ideologias nazistas disparou contra uma dúzia de migrantes africanos na cidade de Macerata, localizada no centro do país, perto da costa leste. Seis pessoas ficaram feridas. O ataque ocorreu durante uma tensa campanha para as eleições gerais e, aparentemente, foi uma resposta ao assassinato de uma jovem italiana atribuída a um narcotraficante nigeriano.